Dom Warduni pede reação da comunidade internacional contra Estado Islâmico


Bagdá (RV) - No Iraque, na última semana ao menos 150 pessoas foram mortas pelo chamado Estado Islâmico (EI). São dados do governo iraquiano que indicam uma nova onda de ataques no País do Golfo. Somente na capital Bagdá, esta quinta-feira, 10 pessoas perderam a vida em várias explosões. Os deslocados internos são mais de 2 milhões e meio.

Diante do que está acontecendo nos vários países atingidos pelo extremismo islâmico, o presidente estadunidense Obama falou de genocídio.

A propósito, eis o que disse o bispo auxiliar caldeu de Bagdá, Dom Shlemon Warduni, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Dom Shlemon Warduni:- “Está é a noite do mundo: a situação é cada vez mais trágica, porque os Daesh ou EI (Estado Islâmico), como é chamado, fazem o que querem, mesmo porque, evidentemente, muitos no mundo os ajudam. Ajudaram estes ou, de algum modo,  venderam-lhes as armas que têm... E por isso a nossa situação é trágica. Nosso povo quer deixar o país.”

RV: Diante que está acontecendo, Obama falou de genocídio praticado pelo extremismo islâmico violento, do Iraque à Síria, Boko Haram na Nigéria, a Líbia...

Dom Shlemon Warduni:- “É o que está acontecendo, porém, as forças internacionais poderiam fazer algo, se quisessem. Gritamos e gritamos sempre para não venderem armas, por que como se faz a guerra, com que coisa? Com porretes? Com facas? Com o quê? Não é necessário bombardear, porém, é preciso não vender as armas e dialogar. De fato, o genocídio é uma realidade: todos ouvimos muitas coisas, quantas pessoas são assassinadas, inclusive de outras nações muçulmanas, na Líbia como em outras nações! Somente a oração poderá fazer algo!”

RV: A população está cansada com anos de guerra, ademais, de guerra civil... Agora se tem o pesadelo do Estado Islâmico. É realmente difícil... O que se pode dizer?

Dom Shlemon Warduni:- “A população, realmente, a grande parte – digo –, a maioria não quer estes atos terroristas, desumanos, e estas coisas que ouvimos dizer. Ouvimos o que dizem: é melhor um islã moderado, não queremos um islã fanático que torna a vida dura para todos, não somente para os cristãos ou para outras religiões, mas também para o islã, porque muitos deles são mortos. E por isso a maioria prefere uma religião moderada para viver tranquilamente nesta terra. Sentem que há o conflito porque fala a voz das armas, o povo que mata. São realmente inconsequentes! Antes da guerra, 10-15 anos atrás, já dizíamos: a guerra destrói tudo, a guerra não faz bem a ninguém, a guerra semeia o terror, o ódio e ninguém ganha nada. Apesar de todos os bons conselhos do Santo Padre e do povo que ama o homem, há guerras. Nosso Senhor nos indicou estes dois mandamentos: amar a Deus e amar ao irmão. Eles podem salvar o homem. E agora nós, cristãos, estamos na Quaresma e devemos realmente fazer todo o possível pedindo ao Senhor a paz e a segurança no mundo.” (RL)








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