"Centro de Proteção de Menores, um trabalho a longo prazo", diz Padre Zollner


Cidade do Vaticano (RV) - A Bênção do Santo Padre para nós significa muitíssimo e agradecemos a ele pela atenção que quis nos dirigir e pelo interesse que demonstra pelo nosso trabalho e de todos aqueles que se empenham na luta contra o abuso sexual de menores". Assim o Padre Hans Zollner SJ, Diretor da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG) comenta a mensagem de encorajamento que, enquanto Presidente da estrutura, recebeu do Papa por ocasião da aprresentação do novo perfil do 'Centro para a Porteção dos Menores' (Center for Child Protection - CCP), na segunda-feira (16/02). Após o projeto piloto de três anos iniciado em Munique, o Centro transferiu-se para Roma, junto à sede da PUG, para continuar a sua atividade de prevenção, formação e pesquisa no setor de combate aos abusos sexuais de menores e pessoas vulneráveis.

Um empenho a longo prazo

"Para a Igreja universal, a prevenção eficaz dos abusos de menores é um grande objetivo que não pode ser alcançado rapidamente, mas é uma tarefa na qual devemos estar empenhados a longo prazo", explica Padre Zollner. "Penso que o nosso programa de formação possa fornecer uma ajuda aos países onde existe pouca ou nenhuma atenção a este terrível tema dos abusos, da negligência emotiva e do abandono. Todas ações que vêem como vítimas menores ou adultos vulneráveis".

A colaboração com a Comissão para a Tutela dos Menores

O sacerdote jesuíta é membro da Comissão Pontifícia para a Tutela dos Menores, instituída pelo Papa Francisco em março de 2014. Neste sentido, existem inúmeras possibilidades de colaboração com o Centro, como explica Padre Zollner:

"As possibilidades são muitas. De fato, a Comissão Pontifícia atribuírá algumas tarefas à organizações e instituições que trabalham também no campo psiquiátrico. Por exemplo, para auxiliar os psiquiatras a redigir as avaliações que possam ser incluídas pelos advogados e pelos juízes dos Tribunais Eclesiásticos. Um outro setor em que o Centro poderia colaborar com a Comissão é o de estudos específicos sobre o tema da formação dos candidatos ao sacerdócio e à vida consagrada. Em partircular as pesquisas relacionadas à área emotiva, psico-afetiva e psico-social, na formação humana de todos os seminaristas e todos os religiosos e religiosas. É um campo muito vasto, porque não basta elaborar linhas gerais, mas estas devem ser implementadas nas Igrejas locais e adaptadas às culturas regionais".

Uma nova geração de pastores

Um dos temas tratados na primeira Plenária da Comissão Pontifícia para a Tutela dos Menores foi o da "accountability', isto é, a responsabilidade dos bispos. Alguns deles foram, de fato, acusados no passado de terem acobertado ou não tomado conhecimento dos casos de abusos cometidos por clérigos. Também neste setor - explica o Padre Zollner - o CCP poderá dar uma contribuição:

"Certamente nós devemos formar uma nova geração de pastores que não se oponham às leis civis, como aconteceu no passado, mesmo se em poucos casos". "Pastores que não somente sigam as normas do Direito Canônico em relação a estes casos de abusos, mas que sejam também pró-ativos em tomar medidas de proteção dos menores e de criar espaços seguros dentro das paróquias, nas escolas católicas, nos asilos e nos orfanatrófios". "Repito - conclui o Presidente do Centro para a Proteção dos Menores - é um trabalho de longo prazo. Mas por sorte existem tantas pessoas que querem colaborar com este objetivo e penso que devemos aproveitar este momentos histórico, com o apoio do Papa, para atingir pessoas que até agora estavam um pouco 'titubeantes'". (JE)








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