O novo Cardeal Daniel Sturla e os desafios da Igreja no Uruguai


Cidade do Vaticano (RV) – Entre os novos cardeais criados pelo Papa Francisco no Consistório de 14 de fevereiro de 2015 está o Arcebispo de Montevideu, Daniel Fernando Sturla Berhouet, 55 anos, salesiano. O segundo Cardeal do Uruguai, falou  à Rádio Vaticano sobre a mensagem que vem deste Consistório:

“A alegria que o Papa Francisco deu à Igreja com a nomeação de novos cardeais, a internacionalização do Colégio Cardinalício que continua e também o fato de que somos uma Igreja evangelizadora muito forte. Esperemos que todos nós cristãos saibamos aproveitar inteiramente o impulso que o Papa Francisco está dando à Igreja, para ir em direção àqueles que não conhecem Cristo, em muitos lugares como o meu país; para ir em direção àqueles que tendo conhecido Cristo, se afastaram da prática da fé”.

RV: Um Papa latino-americano, novos cardeais latino-americanos: o que a Igreja universal pode aprender com a Igreja na América Latina?

“A Igreja na América Latina é uma Igreja muito próxima das pessoas, as pessoas se identificam com ela. Isto, acredito ser muito importante, como também o empenho para com os mais pobres, na Igreja Latino-americana. Temos o exemplo do próximo Beato, Dom Romero, que, acredito, indique este caminho. E depois, as características de sempre da Igreja latino-americana, que são muito bonitas, como a fidelidade ao Papa e o amor a Virgem Santíssima. Acredito que sejam coisas importantes, que possam ser levadas em consideração”.

RV: Qual o papel dos leigos na Igreja?

“Bem, se diz que são “o gigante que dorme”, porém, se diz isto já há algum tempo, assim, esperamos que tenha chegado o momento que se acordem! Sem dúvida, os leigos na Igreja assumem um papel de primeiro plano, sempre maior. Se bem falte ainda tantíssimo a ser feito, porém, é questão de trabalhar com este sentido que nos dá o Batismo e a Crisma, que convida todos nós cristãos a nos sentirmos apóstolos de Cristo, necessitados de testemunhar o seu amor ao mundo”.

RV: Quais são os principais desafios na sua Diocese, em Montevideu?

“Bem, o Uruguai tem uma experiência muito forte de secularização: é o país mais secularizado da América, o país com o maior número de ateus e agnósticos. Portanto, este é um grande desafio para nós: como ser uma Igreja que tenha uma clara identidade, vivida com alegria e simpatia e, ao mesmo tempo, como ser ativos em uma sociedade plural e leiga, em que somos apreciados, não por um privilégio – digamos assim – pois não temos nenhum, mas por aquilo que simplesmente podemos fazer no testemunho de fé a Cristo e nos serviços que a sociedade aprecia da Igreja, sobretudo no campo educativo e no campo da promoção social”.

RV: Qual a prioridade na sua ação pastoral?

“Sem dúvida, é a de chegar aos setores mais populares da minha Arquidiocese. A secularização no Uruguai, de fato, diferentemente de outros países, chegou muito fortemente no povo. Assim, é nos setores mais populares onde se percebe que cresceu muito a indiferença religiosa. Isto se percebe, depois, na falta de sentido da vida, que muitos têm em meu país. Isto me faz sentir mal, sobretudo quando se trata de jovens, pelo espírito de Dom Bosco que existe em mim. Portanto, o desafio de anunciar Cristo, sabendo que em Cristo se pode encontrar um sentido para a vida. Tanta gente caminha sem direção. Eu acredito que este seja o maior desafio”. (JE)








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