Deus é Amor


Cidade do Vaticano (RV) – No nosso espaço dedicado aos 20 anos da publicação do Novo Catecismo, o Padre Gerson Schmidt nos propõe hoje a reflexão ‘Deus é amor’:

“Amado ouvinte!

Falamos no encontro anterior sobre autorevelação de Jesus Cristo, sobretudo no Evangelho teológico de São João com a expressão “EU SOU”, que foi usada também por Deus quando Moisés fez a intrigante pergunta sobre quem ou qual o nome que deveria apresentar ao povo que os libertaria do Egito. Hoje falamos, nesse curto espaço, sobre Deus QUE É AMOR.

Nós estamos refletindo o capítulo primeiro do catecismo, precisamente, no número 218, que tem o título desse tema de hoje: Deus é amor. Falar que Deus é amor pode parecer poesia se eu não me sentir realmente amado por ele e mais, concretamente, perdoado de meus pecados, cometidos no passado ou no presente. Preciso sentir o amor de Deus a cada momento me amando do jeito que sou, pecador, necessitado de sua constante misericórdia, no perdão dos meus erros e descompassos.

Deus sempre se revelou na história dos homens como um Deus amor. E diz o Catecismo assim: “O amor de Deus por Israel é comparado ao amor de um pai por seu filho. Este amor é mais forte que o amor de uma mãe por seus filhos. Deus ama seu Povo mais do que um esposo ama sua bem amada; este amor se sobrepor até às piores infidelidades; ir até a mais preciosa doação: "Deus amou tanto o mundo, que entregou seu Filho único" (Jo 3,16).

No número 220 aponta que “O amor de Deus é "eterno" (Is 54,8): "Os montes podem mudar de lugar e as colinas podem abalar-se, mas o meu amor não mudará" (Is 54,10). "Eu te amei com um amor eterno, por conservei por ti o amor" (Jr 31,3).

A essência de Deus é o amor por excelência. No número 221 do Catecismo da Igreja Católica diz que o próprio Ser de Deus é Amor. Ao enviar, na plenitude dos tempos, seu Filho único e o Espírito de Amor, Deus revela seu segredo mais íntimo: Ele mesmo é eternamente intercâmbio de amor: Pai, Filho e Espírito Santo, e destinou-nos a participar deste intercâmbio.

Somos, amados ouvinte, convidados a entrar, mergulhar, nesse mistério de amor da Trindade Santa, mistério esse insondável, difícil de compreender, mas não impossível de perceber na história da humanidade.

Deus me ama, ama você como você é, e não está escandalizado de seus pecados. Ama porque ama, enquanto somos pecadores, mesmo que nós não o amamos. Esse é o mistério de Deus amor: ama mesmo sem ser correspondido. Ama livremente, sem necessidade de impor qualquer condição. É isso que torna o amor de Deus único, total, incondicional. A compreensão não punitiva de Deus de meus erros é o atributo que caracteriza que Deus é Deus, pois somente Deus perdoa os pecados.

E é justamente aí o ponto fundamental. Deus ama o pecador e quer resgatá-lo de sua morte, de suas trevas. E por isso, se revelou ao longo da História da Salvação num movimento de resgate daquele ser humano que criou, mas que precisava ser redimido. Como já dissemos acima: "Deus amou tanto o mundo, que entregou seu Filho único" (Jo 3,16). Essa é a prova maior de amor pelos amigos: dar a vida, mesmo que esses amigos sejam inimigos. Deus nos amou enquanto éramos pecadores, inimigos da cruz, enquanto rebeldes e intransigentes. É na cruz que vemos o rosto de um Deus amoroso, capaz de se aniquilar até o extremo para me perdoar e me devolver a vida.

Amado ouvinte, até breve. Paz e benção a você.

 

 








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