Santa Sé na Onu: em aumento estupros contra mulheres como arma de guerra


Nova Iorque (RV) - As mulheres são duas vezes vítimas dos conflitos: o drama dos estupros e dos sequestros no drama das guerras foi recordado pelo observador permanente da Santa Sé na Onu, Dom Bernardito C. Auza. O pronunciamento do representante vaticano foi lido por Mons. Janusz Urbanczyk no debate do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque, dedicado à proteção dos civis nos conflitos armados.

Em aumento violências contra as mulheres

“Mulheres e meninas adolescentes sofrem de modo desproporcional as devastações dos conflitos. Jamais a Santa Sé pensa nas guerras como caminho de solução para contendas, mas em caso de conflito, além de buscar um caminho de paz, é preciso procurar o modo de dar fim ao flagelo das violências sofridas pelas mulheres, inclusive por mulheres muito jovens. São mais vulneráveis – denuncia Dom Auza – como resultado das situações de injustiça que vivem.”

O observador permanente da Santa Sé recorda que, através de uma série de resoluções, o Conselho de Segurança reconheceu que “devem ser dados passos ulteriores para a proteção das mulheres e das meninas adolescentes nos conflitos e também nas situações de pós-conflito” e para fazer com que seja evidenciada “a unicidade do impacto dos conflitos armados no mundo feminino.” O arcebispo reitera: as notícias demonstram que “estão em aumento no mundo as violências cometidas contra as mulheres”.

Estupro, crime horrendo que viola a mulher no corpo e no espírito

Dom Auza fala com extrema clareza de violência “nas formas mais horrendas e brutais”. Cita a escravidão sexual, o estupro, o tráfico de seres humanos, os sequestros de meninas adolescentes. Depois, recordando as fortes denúncias e os apelos do Papa Francisco sobre estes temas, fala de “comércios abomináveis” e define o estupro “crime horrendo que viola a mulher no corpo e no espírito”. Em seguida, pede que os expoentes de credos religiosos e líderes de governo elevem sua clara condenação a tudo isso.

Não há suficiente atenção às minorias

A violência é sempre um assalto à dignidade da pessoa – reitera –, mas a violência sexual é também “uma rasura no tecido da sociedade”. Dom Auza é taxativo: “Não há suficiente atenção, assim como não há suficiente consideração pelas minorias comumente expostas nos conflitos. Em particular, recorda os que são perseguidos por seu credo, entre estes, sobretudo, os cristãos.

Comunidade internacional combata estupro e escravidão

Objetivamente, o representante vaticano faz dois apelos à comunidade internacional: “erradicar o flagelo do estupro como arma nas guerras”, e dar fim à cultura da escravidão e da violência”. Apelo que – recorda o prelado – o Papa Francisco lançou também no discurso no início deste ano ao Corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé. Um compromisso para o qual o Arcebispo Auza pede que os esforços sejam redobrados. (RL)








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