Cardeal Filoni: Igreja vietnamita dinâmica e a serviço do país


Cidade do Vaticano (RV) - O prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, retornou esta segunda-feira ao Vaticano após sua visita pastoral de seis dias ao Vietnã. Tendo encontrado várias realidades do país asiático, o purpurado nos fala – em entrevista à Rádio Vaticano – sobre a repercussão de sua visita por parte da Igreja vietnamita:

Cardeal Fernando Filoni:- “A Igreja local não somente me acolheu muito bem, mas superou também todas as minhas expectativas. Por parte dos bispos, obviamente, houve um encontro fraterno muito, muito bonito com os sacerdotes, com as religiosas, com os seminaristas. Ali temos uma Igreja verdadeiramente rica de vocações – tanto masculinas quanto femininas – e os sacerdotes, que, me parece, trabalham bem, estão bem e são engajados em muitas atividades, algumas das quais tive a oportunidade de visitar em várias dioceses. Além disso, por parte dos fiéis: diria que o afeto dos nossos fiéis do Vietnã é, de certo modo, como um tsunami. Em primeiro lugar, têm uma extraordinária consciência cristã, uma piedade invejável e, ademais, um grande afeto que naturalmente manifestaram de forma intensa. De certo modo, isso é típico da personalidade destes nossos fiéis, que sentem muito a proximidade e o amor pelos sacerdotes, os bispos, obviamente, neste caso, pelo prefeito da Congregação e, sobretudo, há um grande afeto que várias vezes me externaram e expressaram pelo Papa. Portanto, uma Igreja extremamente viva, engajada, que no dia a dia consegue corresponder às expectativas, inclusive sociais e humanas do país. Reconheço que o Vietnã foi para mim uma redescoberta, apesar de ter tido modo de conhecer e de ler a respeito. Gostaria também de expressar meu apreço por aquilo que foi feito e que está sendo feito.”

RV: Houve uma repercussão, reações sobre os colóquios que o senhor teve com as autoridades máximas do governo vietnamita?

Cardeal Fernando Filoni:- “Todos os jornais locais – tanto os de língua vietnamita quanto os de língua inglesa – noticiaram o encontro em primeira página, inclusive com fotos, o apreço pela colaboração que existe, pelo bom entendimento entre a Igreja Católica, a Santa Sé e naturalmente as autoridades locais. Pessoalmente, tive a oportunidade de perceber isso também nos encontros mantidos: além do convite do mais alto nível do Departamento dos assuntos religiosos do governo, fui convidado também pelo premier e pelo secretário do Comitê do Partido Comunista de Hanói. Em minha partida o vice-presidente do Departamento dos assuntos religiosos veio me cumprimentar no aeroporto. Portanto, em todos os níveis, percebi muita atenção e satisfação da parte deles, porque se mostravam muito contentes com os encontros que mantivemos, como o representante vaticano não-residente, Dom Leopoldo Girelli, pôde ver; bem como o presidente da Conferência episcopal que me acompanhou e também os outros bispos presentes nestes encontros. Portanto, a nível de mídia, além da imprensa escrita – disseram-me –, também a televisão noticiou esses encontros várias vezes.”

RV: A visita do senhor deu-se após a recente viagem do Papa Francisco à Ásia (Sri Lanka e Filipinas): quais perspectivas se abrem para o anúncio do Evangelho no continente asiático?

Cardeal Fernando Filoni:- “O Papa tem a peito a evangelização do continente asiático, como tem a peito – como já dissera o Papa João Paulo II, hoje santo – que este milênio seja dedicado à evangelização da Ásia, com um empenho que seja adequado a este grande continente. A visita do Papa tanto ao Sri Lanka quanto às Filipinas representa uma atenção extraordinária que o Papa Francisco tem por este continente. Portanto, esperamos e fazemos votos, e são os próprios cristãos vietnamitas que o expressam – quantas vezes me disseram no Vietnã: “Diga ao Papa que venha nos visitar. Que não somente sobrevoe o Vietnã, mas que desça vindo até nós”. Isso é muito bonito porque evidentemente sentem que o Papa traz consigo um impulso missionário que, creio, ainda pode encontrar amplo espaço neste continente.” (RL)








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