Especial juventude: aprender a chorar


Cidade do Vaticano (RV) – Neste domingo de manhã renovou-se a alegria do Encontro Mundial da Juventude vivido no Rio de Janeiro em 2013 em plena Copacabana. Desta vez, no outro lado do mundo, com os jovens filipinos, o Papa Francisco mais uma vez colocou a atenção para essa fase da vida convidando a  juventude filipina – e não só filipina, mas de todo o mundo - a aceitar os desafios da vida mantendo as convicções, defendendo o meio ambiente e dando atenção aos mais necessitados, em síntese: integridade, solicitude e cuidado.

O texto, - que não foi lido já que o Papa improvisou o seu discurso em espanhol -, foi entregue aos jovens e fala por primeiro sobre a integridade. Francisco instigou os jovens a não se deterem ao sentido negativo da palavra, exatamente porque “pode ser desafiada por interesses egoístas, pela ganância, pela desonestidade ou pela intenção de manipular os outros”, advertiu o Papa.

“O termo ‘desafio’  pode ser entendido também em sentido positivo. Pode  ser  visto com  um  convite  a ser  corajoso,  a dar um testemunho profético  da  própria  fé e  de  tudo  que  se  crê  e considera sagrado. Neste sentido, o desafio da integridade é algo com que vocês precisam se confrontar nestes  tempos  e nas  suas  vidas”, completou.

O Papa prosseguiu seu pensamento alertando os jovens para a necessidade de se proteger o meio ambiente. “Não apenas porque as Filipinas, mais do que outros países, corre o sério risco de ser afetada pelas mudanças climáticas”, mas como cidadãos responsáveis e seguidores de Cristo, esclareceu Francisco. “O correto uso e gestão dos recursos naturais é uma tarefa urgente, para a qual os jovens podem contribuir de maneira particular e muito importante. Vocês são o futuro das Filipinas, demonstrem interesse por tudo o que acontece na sua belíssima terra”, exortou o Papa.

O terceiro e último – e mais importante  – conceito que alicerça a reflexão de Francisco aos jovens é o cuidado aos pobres. Não importa se tem-se muito ou pouco a doar, “cada um é chamado a estender a mão pessoalmente e servir nossos irmãos e irmãs mais necessitados”, disse o Papa. “Há sempre alguém perto de nós que está em necessidade: material, psicológica ou espiritual. O maior presente que podemos dar é nossa amizade, a nossa ternura e zelo, nosso amor por Cristo”, arrematou o Pontífice.

O momento que fez com que os olhos e os corações dos presentes se iluminassem como ocorreu com os olhos e o coração do Papa, foi quando Francisco respondendo a uma pergunta de uma ex-menina de rua, falando em espanhol, convidou todo a aprender a chorar.

Somente com os olhos limpos pelas lágrimas poderemos responder à perguntas tão difíceis como esta: por que as crianças sofrem? 

“Ao mundo de hoje falta chorar. Certas realidade da vida somente podemos ver com os olhos limpos pelas lágrimas. Aprendamos a chorar como ela nos ensinou. Se vocês não aprenderem a chorar vocês não serão bons cristãos”, exortou o Papa.

Ao responder outra pergunta apresentada pelos jovens sobre o excesso de informação nos dias atuais, Francisco disse que não precisamos de “jovens museus”,  que detêm toda a informação mas não sabem o que fazer com ela. Para aproveitar as informações é preciso agir, disse Francisco, ao sugerir um novo trinômio: pensar, sentir, fazer. “Se a informação de nossa cabeça desce até o coração, ele se emociona, e vai para as nossas mãos, assim agimos”, reiterou Francisco. “Não jovens de museu, mas jovens sábios. Para ser sábio, usar as três linguagens. Pensar bem, sentir bem e fazer bem e deixar-se surpreender pelo amor de Deus”, completou Francisco.

O terceiro testemunho, de um jovem estudante que junto com seus amigos criou um sistema de iluminação para os atingidos pelo furacão Yolanda, inspirou o Papa a dizer que precisamos aprender a amar. “É mais difícil deixar-se amar do que amar, por isso é tão difícil chegar ao amor perfeito de Jesus”, disse Francisco, ao recordar a parte do Evangelho de Mateus na qual Cristo o amou.

“A realidade de vocês é superior a todas as ideias que eu havia preparado”, concluiu o Papa.

Chorar, não ser jovens de museus e dar testemunho. Papa Francisco nos convida mais uma vez a sair do eu para entrarmos no nós e vivermos a juventude com amor, aprendendo verdadeiramente a amar e deixar-se amar. (RB-CM-SP)








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