Ofensas às religiões não contribuem para a paz: diz Patriarca Tawadros II


Cairo (RV) - As charges sobre Maomé publicadas pela revista satírica francesa Charlie Hebdo são “ofensivas” e todo ultraje deve ser rejeitado “em todos os níveis”. Foi o que disse o Patriarca cópta-ortodoxo Tawadros II expressando um claro juízo de desaprovação à escolha feita pelos sobreviventes da equipe da revista, cuja redação foi dizimada pelo ataque terrorista de 7 de janeiro.

Após o massacre, a revisa voltou às bancas quarta-feira passada com um fascículo – impresso e difundido no mundo inteiro em 5 milhões de cópias – trazendo na capa uma charge representando o Profeta Maomé que chora e um cartaz com a escrita “je suis Charlie”, embaixo o título “tout est pardonné” (tudo está perdoado).

Ofensas às religiões não contribuem para a paz

“Rejeito toda forma de insulto pessoal, e quando as ofensas dizem respeito às religiões – explicou o Patriarca – elas não são aceitáveis nem em nível humano, nem em nível moral e social.  Elas não contribuem para a paz do mundo, e não produzem nenhum benefício.”

O Patriarca copta fez suas declarações encontrando alguns jornalistas à margem da importante visita feita ao Egito pelo Patriarca da Igreja etíope-ortodoxa, Abuna Mathias.

Dom Mina: a verdadeira liberdade é sempre responsável

“As charges – acrescentou à agência Fides Dom Antonios Aziz Mina, bispo cópta-ortodoxo de Guizeh – são enaltecidas como expressão de liberdade. Mas a verdadeira liberdade é sempre responsável. Não ofende gratuitamente, não ridiculariza e não fere os outros, atingindo-os nas coisas que lhe são mais caras, sobretudo em matéria de religião e de fé.

“Talvez seja bom não dar importância a esses insultos, e não ter reações que depois possam ser instrumentalizadas e vistas como obscurantismo”, acrescentou. “Mesmo porque, para nós cristãos, a fé é dom gratuito de Deus, que a dá a quem quer. E quem a recebe não somente não pode impô-la aos outros, mas nem mesmo assume a incumbência de defendê-la das ofensas. Porque é o próprio Senhor quem defende o dom da fé.” (RL)








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