Francisco canoniza primeiro santo do Sri Lanka


Colombo (RV) – O Sri Lanka tem seu primeiro santo. Com uma Missa celebrada no Galle Face Green, em Colombo, na manhã desta quarta-feira (14/01) o Papa Francisco canonizou o Beato José Vaz, beatificado há exatos 20 anos por João Paulo II e por ele considerado como “o maior missionário que a Ásia já teve”.

O grande parque de cinco hectares na costa do Oceano Índico foi tomado por cerca de 500 mil pessoas. Francisco chegou ao local às 7h45 e passeou com o papamóvel entre a multidão num percurso de 1,5km.

Em sua homilia, o Papa afirmou que em São José vemos um sinal eloquente da bondade e do amor de Deus pelo povo do Sri Lanka. “Mas nele vemos também um estímulo para perseverar no caminho do Evangelho a fim de crescermos nós próprios em santidade e testemunharmos a mensagem evangélica de reconciliação à qual dedicou a sua vida.”

Vida e missão

Padre do Oratório, José Vaz deixa Goa, sua terra natal, e chega a este país movido apenas pelo zelo missionário e por um grande amor a estes povos. Por causa da perseguição religiosa em ato, vestia-se como um mendigo, cumpria os seus deveres sacerdotais encontrando secretamente os fiéis, muitas vezes durante a noite. Os seus esforços deram energia espiritual e moral à população católica assediada. Sentia uma ânsia particular de servir os doentes e atribulados. O seu ministério em favor dos enfermos, durante uma epidemia de varíola em Kandy, foi tão apreciado pelo rei, que lhe foi concedida maior liberdade de ministério. A partir de Kandy, pôde alcançar outras partes da ilha. Deixou-se consumir pelo trabalho missionário e morreu, exausto, aos cinquenta e nove anos de idade, venerado pela sua santidade.

Exemplo e mestre

Para Francisco, três razões fazem de São José Vaz um mestre: em primeiro lugar, foi um sacerdote exemplar. “Encorajo cada um de vós a olhar para São José como para um guia seguro. Ensina-nos a sair para as periferias, a fim de tornar Jesus Cristo conhecido e amado por toda a parte”.

Em segundo lugar, São José mostrou a importância de transcender as divisões religiosas no serviço da paz. “O seu exemplo continua a inspirar hoje a Igreja no Sri Lanka, que não faz distinção de raça, credo, tribo, condição social ou religião, no serviço que proporciona através das suas escolas, hospitais, clínicas e muitas outras obras de caridade. Nada mais pede do que liberdade para exercer a sua missão. A liberdade religiosa é um direito humano fundamental.”

Finalmente, São José oferece um exemplo de zelo missionário. Embora tenha partido para o Ceilão a fim de assistir e apoiar a comunidade católica, na sua caridade evangélica ele veio para todos. “Somos chamados a ir mais longe com o mesmo zelo, com a mesma coragem de São José.”

“Amados irmãos e irmãs, rezo para que, seguindo o exemplo de São José Vaz, os cristãos desta nação possam ser confirmados na fé e dar uma contribuição ainda maior para a paz, a justiça e a reconciliação na sociedade cingalesa. Isto é o que Cristo espera de vós”, concluiu Francisco.

(JE/BF)








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