Bispos franceses: Que sociedade queremos construir juntos?


Paris (RV) – “Pedimos aos católicos para prosseguirem no seu empenho na vida familiar, na vida associativa, e de forma mais geral, na vida pública, de modo a fazer progredir a nossa sociedade na justiça e na paz. Convidamos a multiplicarem os esforços feitos no campo educativo, conscientes que se trata de um desafio importante para hoje e para amanhã. É juntos que construiremos a sociedade de amanhã. Não uns contra os outros, mas uns com os outros”. Com este apelo à unidade e à ajuda mútua o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Francesa conclui a mensagem divulgada terça-feira (13/01), após as manifestações que reuniram milhares de pessoas em toda a França contra o terrorismo.

Na nota intitulada “Que sociedade nós queremos construir juntos?”, os bispos lamentam que “o terrorismo atacou e a morte  eclodiu no coração da nossa sociedade”, em referência aos recentes atentados.

Os atos “perpetrados no nosso território, no coração da nossa nação, suscitaram um poderoso impulso de coesão dos cidadãos, e manifestações por parte de muitos países no domingo, em torno aos valores que plasmam a nossa sociedade. Nós  tomamos parte neste movimento e o sustentaremos ainda”, reiteram os bispos.

Discernimento

“Deveremos ter a coragem de nos interrogar para entender como a França pode fazer crescer no seu seio tais focos de ódio”, diz a mensagem, convidando à interrogar também  sobre o projeto que se quer para a sociedade: “Qual sociedade queremos construir juntos? Qual espaço reservamos aos mais fracos, aos excluídos, às diferenças culturais? Que cultura queremos transmitir às gerações que virão? Que ideal de comunidade humana propomos aos jovens?”

“Todas as liberdades – defende a mensagem – estão intrinsicamente ligadas umas às outras. A liberdade de imprensa, qualquer que seja a imprensa, permanece como símbolo de uma sociedade sólida, aberta ao debate democrático, capaz de dar um lugar digno a cada pessoa no respeito de suas origens, da sua religião, das suas diferenças. É esta a França respeitada por todos”, afirmam os bispos, que no domingo repetiu a sua adesão profunda “aos valores de liberdade, igualdade, fraternidade”.

Os prelados pedem aos católicos das várias dioceses para que rezem pelas vítimas e confiem a Deus as almas turbadas pelos terroristas, recordando os policiais e os gendarmes que pagaram um alto preço na missão essencial de manter a paz. Os bispos recordam também da comunidade judaica, mais uma vez “ferida pelo luto”.

Evitar a generalização e a tentação de confundir uma religião com extremistas, que acabam por desfigurá-la, é o pedido final da mensagem, com a exortação para “não se entrar na espiral mortal do medo e do desprezo pelo outro”. (JE)


 








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