2015-01-13 15:52:00

Moçambique: Procuradoria e a Tragédia em Tete


A Procuradora-geral da República de Moçambique, Beatriz Buchilli, afirmou esta segunda-feira, ter já sido aberta uma investigação com vista a apurar as reais causas que levaram à morte de 70 pessoas por envenenamento (número registado até ontem), na vila de Chitima, distrito de Cahora-Bassa, em Tete, centro de Moçambique.

Para além das vítimas mortais, a intoxicação alcoólica levou ao internamento hospitalar de mais de uma centena de pessoas, algumas das quais em risco de vida, devido a gravidade do seu estado clínico.

Decorrem investigações

Segundo Beatriz Buchili, o trabalho investigativo está sendo feito em coordenação com a Polícia de Investigação Criminal, a Inspecção Provincial da Saúde e o Ministério da Saúde que, para o efeito, já assumiram a dianteira na perícia dos corpos.

Buchili disse que a Procuradoria-geral da República aguarda por conclusões do trabalho de autópsia a todos os corpos, um trabalho que está a cargo dos médicos legistas com vista a apurar a natureza do produto usado na intoxicação, para a responsabilização  dos autores do macabro e desumano acto.

Entretanto, a Procuradora-geral lamentou o facto de a fabricante da bebida, Olívia Olocane, com mais de 60 anos de idade, ter sido uma das primeiras pessoas a perder a vida, o que poderá dificultar as investigações.

Até esta segunda-feira, para além dos 70 perecidos, continuavam internadas 35 pessoas, sete das quais em estado grave. Os doentes estão divididos entre o Centro de Saúde de Chitima e Hospital Rural do Songo.

 

Ministro de saúde visita famílias das vítimas

Está em Chitima desde o último fim-de-semana, o Ministro moçambicano da Saúde, Alexandre Manguele. Manguele tem mantido reuniões com os familiares das vítimas com o intuito de confortá-las e explicar o trabalho em curso com vista a salvar a vida dos que se encontram ainda no leito do hospital.

O Presidente da República, Armando Guebuza, durante a cerimónia solene de tomada de posse dos deputados eleitos nas eleições gerais de Outubro passado, pediu aos presentes no parlamento 1 minuto de silêncio em memória das vítimas e em solidariedade com as dezenas de famílias enlutadas.

 

A tragédia de Chitima resultou do consumo de uma bebida alcoólica tradicional de fabrico caseiro, vulgarmente conhecida por “Pombe”, produzida com base na mapira, farelo de milho e açúcar. A bebida estava contida num tambor, no qual alguém de má fé, atirou o veneno, o qual viria imediatamente a dizimar vidas, incluindo de crianças que haviam consumido a bebida local.

 

Hermínio José, Rádio Vaticano, Maputo.








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