Apresentado simpósio "Astronomia no Islã e no cristianismo"


Cidade do Vaticano (RV) – Foi apresentado na manhã desta sexta-feira (09/01) na Sala Marconi, da Rádio Vaticano, o simpósio “A Astronomia no Cristianismo e no Islã”, organizado por ocasião do Ano Internacional da Luz proclamado pela Onu. O encontro, que se realizará de 13 a 15 de janeiro, em Castel Gandolfo, é organizado pela Specola Vaticana e pela Embaixada do Irã junto à Santa Sé.

Mais do que nunca, o diálogo entre Islã e cristianismo se faz necessário. As duas religiões desenvolveram suas próprias tradições astronômicas, que foram se enriquecendo mutuamente ao longo dos séculos. “A astronomia é patrimônio comum na comunidade mundial. A civilização islâmica – recordou o Professor Farid Ghassemlou,  do Departamento de História das Ciências na "Islamic Encyclopedia Foundation – utilizou os resultados da astronomia grega para desenvolver conhecimento nos países islâmicos e as civilizações europeias utilizaram o saber dos astrônomos islâmicos traduzindo alguns livros de astronomia da civilização islâmica na Idade Média”:

“Devemos procurar fazer entender que o diálogo entre Islã e cristianismo não deve limitar-se somente ao âmbito do direito e da religião. Assim, é necessário dar peso também às questões e aos ambientes científicos, como por exemplo, a astronomia. Queremos afirmar que cientistas, quer islâmicos como cristãos, têm percorrido o mesmo caminho para conhecer o cosmos. As suas perguntas são as mesmas. Tudo isto é importante para continuar o diálogo sobre visões comuns que existem entre nós”.

O Diretor da Specola Vaticana, Padre José Funes, compartilha a mesma visão, segundo a qual a luz, no centenário das equações no campo da Relatividade Geral formuladas por Einstein, desempenha um papel fundamental na vida cotidiana. A luz cósmica – de fato – regula os ritmos da oração, do trabalho e do repouso, é mensageira cósmica que ajuda a compreender o universo e por meio dos telescópios permite visualizar imagens do cosmos, contemplando nele, as marcas do Criador. “Quer o cristianismo, mas sobretudo o Islã, tem uma grande tradição astronômica. Muitas das estrelas ainda hoje levam os nomes dos grandes astrônomos muçulmanos”, observou o jesuíta.

O Simpósio vai debater durante três dias temas variados como a Igreja e a astronomia, o caminho alcorânico no estudo do cosmos, o calendário gregoriano, a história do Universo, entre outros.

Estão previstas visitas aos Museus Vaticanos, Capela Sistina, Specola Vaticana e Arquivo Secreto Vaticano. (JE)








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