Yangun (RV) - A Igreja em Mianmar, no Sudeste Asiático, acolheu com alegria a notícia de que o arcebispo de Yangun, Dom Charles Maung Bo, será o primeiro cardeal da história birmanesa. Dom Bo é um dos 20 futuros cardeais anunciados domingo passado pelo Papa Francisco, a serem criados no Consistório de 14 de fevereiro próximo.
Sensibilidade de Dom Bo por temas sociais e religiosos
Segundo o bispo de Kalay e presidente da Conferência episcopal, Dom Felix Lian Khen Thang, a nomeação de Dom Bo representa “a coroação das atividades da missão da Igreja em Mianmar”. O futuro purpurado “é bastante audaz para dizer a verdade, quer sobre temas sociais e religiosos, quer sobre questões políticas, sobre questões que dizem respeito à Igreja”, frisou Dom Felix, segundo reporta a agência missionária Fides.
Momento delicado para a história de Mianmar
A nomeação de Dom Bo se dá num momento delicado para a história do país, engajado numa transição democrática, após anos de ditadura, e à vigília de novas eleições que deverão se realizar no segundo semestre de 2015 deste ano. Ademais, a nação encontra-se com problemas de intolerância religiosa, em particular por parte de alguns grupos budistas para com os muçulmanos da minoria étnica Rohingya.
Defensor dos direitos humanos e da liberdade religiosa
Numa nota enviada à Fides, Benedict Rogers, especialista em Ásia da Ong “Christian Solidarity Worldwide”, descreve Dom Bo como “um homem de grandes qualidades: coragem, sabedoria, compaixão, humorismo, hospitalidade e generosidade”.
“Em particular – afirma –, tem sido um dos líderes religiosos mais explícitos na Birmânia sobre questões dos direitos humanos, da liberdade religiosa, da democracia, e sobre injustiças.”
Os católicos em Mianmar são cerca de 1% numa população total de 51 milhões de habitantes, de maioria budista. (RL)
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