Cidade do Vaticano (RV) – Na vigília de Natal, o Papa Francisco enviou uma carta aos cristãos do Oriente Médio, que contém um chamado à comunidade internacional para deter o mal produzido pelo terrorismo e um pedido a todos os líderes religiosos para que se posicionem publicamente contra o fundamentalismo.
Sobre o conteúdo da carta, a Rádio Vaticano contatou o Custódio da Terra Santa, Fr. Pierbattista Pizzaballa:
Fr. Pizzaballa:– É uma mensagem que me impressionou muito, porque é muito clara ao descrever a situação em que vivem os cristãos, mas não é pessimista, encoraja a comunidade cristã à missão, que é a do testemunho. Há ainda elementos importantes, como o diálogo ecumênico e inter-religioso: diante dessa situação, não se deve fechar-se, mas é preciso olhar o outro no diálogo e na relação que são essenciais. Não há outro caminho, afirma ele expressamente.
RV:– Segundo o Papa Francisco, o diálogo inter-religioso é o único caminho também para que o Islã não seja conhecido somente como religião de violência …
Fr. Pizzaballa:– Sim, e isso é dito claramente na Carta. Mas no diálogo inter-religioso é preciso também pedir aos nossos irmãos muçulmanos clareza ao condenar essas formas de degeneração do Islã, porque de outro modo o diálogo seria baseado em algo de falso. Ao mesmo tempo, é importante também não ceder ao confronto de civilizações, ao chamado das armas, porque não trazem perspectivas.
RV:– A seu ver, como os cristãos acolherão esta Carta?
Fr. Pizzaballa:– Eu creio que já a Carta em si, que não era esperada e não faz parte de uma tradição, seja um gesto de atenção muito importante, que certamente será muito apreciado. Há depois uma indicação de método e de caminho a seguir para todas as comunidades cristãs. Diante dos dramas que todos estamos assistindo, era necessário dar-nos uma indicação e um chamado forte. E era disso que precisávamos.
(BF)
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