Missionários xaverianos: o mundo como lar


Cidade do Vaticano (RV) – No dia em que a Igreja recorda São Francisco Xavier, um missionário da família que ele inspirou nos apresenta a sua história e conta a sua presença a partir da China, primeiro campo de trabalho desta Congregação. 

História


A Família Xaveriana nasce em Parma, na Itália, no ano de 1895. Com a herança recebida após a morte do pai, o Padre Guido Maria Conforti compra uma casa onde reúne um grupo de 17 seminaristas. Impedido de realizar seu sonho de tornar-se missionário além-fronteiras, ele mesmo decide fundar uma congregação com essa finalidade. A família cresce rapidamente com um objetivo bem definido: anunciar Jesus Cristo nos lugares onde ainda não é conhecido.

 
Conforti quis que seus missionários tivessem uma grande abertura de horizontes, capacidade de adaptação mantida por uma humanidade rica e equilibrada, e uma cultura correspondente às necessidades da missão evangelizadora. Fieis a seu desejo, a família hoje incrementa um espírito criativo, sem fechamento nem preconceitos nos confrontos de pessoas, culturas, ambientes e métodos de evangelização.


Como era no plano de Conforti, continuando a missão de São Francisco Xavier, os primeiros missionários foram enviados à China. É aí que começa o relato de Pe. Everaldo dos Santos, que faz experiência missionária desde 1997 nas Filipinas, país cristão na Ásia. A entrevista é de Bianca Fraccalvieri.


Os Xaverianos chegaram ao Brasil em 1953, em resposta a um apelo do Papa, que pedia às congregações missionários para a América Latina. Seu primeiro campo de trabalho foi o Norte do Paraná. As pessoas, vindas de todas as partes, buscavam naqueles lugares “novos” um futuro melhor para sí e seus filhos. A presença dos Xaverianos significou, então, não apenas uma presença de anúncio do Evangelho, mas também uma colaboração determinante para o progresso material, econômico e social da região.

Em 1961, os xaverianos foram para a Amazônia na recém criada Prelazia de Abaeté do Tocantins. De lá, foram até ao Xingu, no sul do Pará, atuando junto à população que afluía de todos os cantos do Brasil à procura de terra e de um futuro melhor. Neste contexto particularmente conflitivo e violento, os xaverianos se colocaram decididamente do lado dos pobres, dos povos indígenas e dos sem-terra.


No fim dos anos 70, os xaverianos assumiram o desafio das periferias das grandes cidades onde se verificava a explosão dos conjuntos habitacionais. Lá, eles se empenharam na formação de comunidades eclesiais de base e nas pastorais populares.

Pe. Everaldo revela, no site dos Xaverianos:

“Quando cheguei nas Filipinas, não sabia que iria permanecer aqui por todo este tempo. Hoje, este país, este povo e esta história fazem parte de mim e sinto que tudo isso tem moldado e está moldando minha visão de mundo. Hoje, o Brasil e as Filipinas são minhas duas pátrias, meus dois doces lares, minhas duas histórias,  minhas línguas, minhas culturas,  minhas experiências de Deus que mais e mais se integram dentro de mim formando aquilo que sou. Estou convencido de que a experiência de entrar na visão de mundo de um outro povo é graça divina que nos dá acesso ao conhecimento de mais um aspecto do rosto de Deus”.

(BF/CM)








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