Apelo dos cristãos na Índia: “rezem e deixem que os outros rezem”


Nova Déli (RV) - Dom Anil Couto, Arcebispo de Nova Déli, comentou que o incêndio da igreja de São Sebastião, ocorrido na segunda-feira (1º) na periferia da capital, é um ato para condenar “não somente porque ofensivo e realizado por ódio à comunidade cristã, mas também porque aconteceu na capital do país, já martirizado por outros acidentes de natureza inter-religiosa”. No momento, a polícia não prendeu ninguém em relação ao caso, mas confirmou que o incêndio foi premeditado por terem encontrado duas latas vazias de querosene.

Nesta terça-feira (2) de manhã, milhares de manifestantes bloquearam uma das principais ruas de Nova Déli, em frente à sede da polícia da capital, pedindo uma investigação eficaz sobre o incêndio. Entre os manifestantes, mulheres e crianças, com cartazes escritos “Queremos justiça” e “Rezem e deixem que os outros rezem”.

Sajan George, presidente do Conselho Global dos Indianos Cristãos, e segundo informa a Agência de Notícias AsiaNews, define o incêndio da igreja de São Sebastião como “uma mancha no tecido leigo da Índia. O período sagrado do Advento é sempre alvo de elementos anti-sociais, que querem alimentar suspeita, discórdia e desarmonia religiosa entre as comunidades”. Segundo o líder cristão, “a proteção e a segurança dos lugares de culto são deveres urgentes que competem às autoridades. O incêndio premeditado da igreja de São Sebastião constitui uma violação do direito dos católicos à liberdade religiosa. O governo central e a administração local têm falhado em garantir tal direito e não podem abdicar das responsabilidades. Os culpados devem ser acusados e é preciso assegurar as garantias constitucionais para a pacífica comunidade cristã da Índia”, finaliza Sajan George.

Por sua vez, o Cardeal Oswald Gracias, Arcebispo de Mumbai, comentou que “o incêndio da igreja de São Sebastião precisa ser condenado com a máxima força. A população se revolta porque se sente vulnerável”, mesmo sendo pequena a comunidade cristã no país: representam pouco mais de 2% da população. O Cardeal Gracias acrescenta que “esse incêndio vai contra o próprio progresso da nação”. 








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