Reflexão de Pe. César Augusto dos Santos para Solenidade de Cristo-Rei


Cidade do Vaticano (RV)O Evangelho da Solenidade deste domingo (22) é o das bênçãos e das maldições que estão em Mateus, trecho também conhecido como Juízo Final. O texto celebra a vitória da justiça ocorrida na ressurreição de Jesus e no momento em que o Senhor é declarado rei para sempre. A justiça, a verdade e a paz serão eternas.

Depois de uma vida sobre a terra, depois do anúncio feito por Jesus de que Deus é nosso Pai e de que todos os habitantes da terra são irmãos, 
depois do Mestre ter anunciado a vocação de fraternidade e de ter promulgado as bem-aventuranças, depois do Senhor ter lavado os pés dos discípulos, depois do Redentor ter morrido na cruz e resuscitado, depois do Ressuscitado ter feito o envio de seus apóstolos a anunciarem o Evangelho, pregarem a conversão e o batismo, todos aqueles que responderam sim aos apelos amorosos de Deus, apesar do enfretamento a diversas dificuldades, serão acolhidos na Casa do Pai.

Como podemos apreender da atitude de Jesus, o Homem por excelência, o que conta para ser acolhido na felicidade eterna é e será sempre nossa atitude não apenas de soldariedade, mas de fraternidade, ou seja, uma passo a mais no relacionamento com o outro. Ele não é apenas alguém com quem divido o pão, o teto e os sentimentos, mas é alguém que tenho como da mesma família, da mesma origem, a quem estou unido por laços de afeto.

No Livro de Ezequiel, 1ª leitura de hoje, Deus se apresenta como o Pastor, aquele que procura a ovelha perdida, reconduz a extraviada, cura a ferida, fortalece a doente e alimenta todas. Esse discurso é dirigido aos judeus que estão procurando se recuperar da destruição feita pelo poder babilônico e esse mesmo povo se encontra agora oprimido também por judeus mais espertos que não têm escrúpulos de explorar seus compatriotas. Esse discurso é o alento de Deus ao pobres e aos oprimidos.

No Evangelho, Mateus nos diz que as obras de misericórdia são a resposta que Deus espera de nós em meio a uma situação de desgraças e infelicidades. É com pessoas que as praticam que o Senhor se identifica. O amor a Deus está intimamente ligado ao amor ao próximo. A verdadeira religião leva ao outro. 

A vida de alguém será considerada bem sucedida não pelos filhos que tenha gerado, nem pelos títulos acadêmicos que possa ter obtido, e muito menos pela riqueza que possuir. Uma vida realizada será assim considerada por Deus se a pessoa lutou por um mundo justo e fraterno, se empregou seu tempo, seus conhecimentos, sua saúde para eliminar situações em que seus irmãos se sentiam marginalizados e se não foram nem cúmplices e nem coniventes com as opressões. Cristo é  Rei e Senhor porque na luta contra o mal venceu a tentação do acúmulo, da abundância e do pretígio.

(Cesar Augusto dos Santos SJ)








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