Na Síria cristãos são obrigados a pagar ‘taxa de proteção’ ao EI


Raqqa (RV) – Na cidade síria de Raqqa, transformada em fortaleza pelos jihadistas do auto-proclamado Estado Islâmico (EI), restam apenas 23 famílias cristãs das 1,5 mil que ali viviam antes do início do conflito que devasta o País. Esta pequena comunidade, constituída por cristãos armênios que não puderam deixar a cidade por falta de recursos ou por motivos de idade e de saúde, sofre com a violência perpetrada pelo fanatismo islâmico também por meio de praticas administrativo-burocráticas. Recentemente, o EI comunicou aos cristãos os parâmetros da ‘jizya’, a “taxa de proteção” que tiveram que começar a pagar desde domingo, 16/11, caso não quisessem ser expulsos e expropriados das suas casas. O valor é o equivalente a U$ 535.

A informação, proveniente dos próprios cristãos de Raqqa, foi divulgada pelo site árabe ankawa.com. Empobrecidas pela guerra, estas famílias cristãs não terão condições de pagar o valor exigido e terão que abandonar suas casas.

A ‘jizya’ é um imposto que no século XIX, todo ‘súdito’ não-muçulmano era obrigado a pagar às autoridades islâmicas com cláusula do “pacto” que garantia a sua proteção das agressões externas e a liberdade de culto. Em Raqqa, os jihadistas do EI – que assumiram total controle da cidade nos primeiros meses de 2014, após combates com outras facções anti-Assad – transformaram a principal igreja armênia da cidade em escritório para a gestão dos assuntos islâmicos e para a promoção da ‘sharia’.

Na cidade-fortaleza, os milicianos do Estado Islâmico expropriaram as propriedades dos cristãos fugidos e organizaram ações simbólicas, como a queima de Bíblias e livros cristãos. O sequestro do jesuíta romano Paolo Dall’Oglio, desaparecido em Raqqa em julho de 2013, é atribuído à facções ligadas ao ‘Estado Islâmico’. (JE)

 








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