Papa a bispos africanos: desenvolver diálogo construtivo com Islã


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira, no Vaticano, os bispos do Senegal, Mauritânia, Cabo Verde e Guiné-Bissau, em visita "ad Limina".

O Santo Padre ressaltou que nestes países africanos muitas vezes os cristãos são minoria e, todavia, oferecem um testemunho evangélico corajoso e generoso. Em seguida, exortou os prelados a trabalharem por um diálogo construtivo com os muçulmanos.

Radicar a fé cristã e dialogar com os muçulmanos. São os dois temas-chave do discurso entregue pelo Pontífice aos bispos dos referidos países africanos. Em primeiro lugar, o Papa encoraja-os a radicar profundamente a fé no povo, sobretudo para contrastar as ameaças de propostas religiosas "mais fáceis e atraentes no plano moral".

Francisco denuncia os riscos que também as sociedades africanas devem enfrentar devido ao fenômeno da secularização. Daí, a importância de uma "sólida formação doutrinal e espiritual" dos leigos, a fim de que seja evitada uma marginalização da fé na vida pública. Igualmente importante, afirma, é a formação dos sacerdotes, que sempre devem contar com a proximidade dos pastores.

O Papa dirige assim o pensamento à Pastoral da Família, inclusive à luz do que emergiu no Sínodo dos Bispos de outubro passado. Francisco reitera que a família é "a célula fundamental da sociedade e da Igreja". Ademais, prossegue, é o lugar onde "se ensinam as bases da fé, os princípios elementares da vida comum" e onde muitas vezes "nascem as vocações sacerdotais e religiosas das quais a Igreja tanto precisa".

O Pontífice dedica uma parte importante do discurso à relação com as outras religiões e, em particular, com o Islã, muitas vezes majoritário em regiões da África. Em particular, o Papa pede aos sacerdotes que desenvolvam um "diálogo construtivo com os muçulmanos", diálogo "sempre mais necessário para viver com eles uma coabitação pacifica".

Ao mesmo tempo, adverte, a Igreja deve testemunhar o amor de Deus a todos, sem fazer "distinções religiosas em sua ação social".

Em seguida, Francisco elogia a Igreja na África pelo papel que desempenha para o diálogo e a paz e por sua reconhecida contribuição para a promoção humana, a santidade e a educação. "Algumas de suas Igrejas são pequenas, frágeis, mas são corajosas e generosas no anúncio da fé", conclui o Papa. (RL)








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