Dom Zimowski: ajudar os casais com dificuldades em ter filhos
Roma (RV) - Um caminho para ajudar os casais a entender a fertilidade, usando
abordagens naturais, menos invasivas e sem medicamentos. Essa será uma entre tantas
atividades desenvolvidas dentro dos novos setores da 'Casa di Cura Santa Famiglia'
(que desde 2013 é um pólo assistencial da Universidade Tor Vergata), inaugurados nesta
quinta-feira (30), em Roma. Domenico Arduini, diretor do Departamento de Ginecologia
e Obstetrícia da Universidade citada, falou aos microfones da Rádio Vaticano:
Domenico
Arduini - "Hoje, o importante e verdadeiro problema é estudar a fertilidade.
A sociedade, come sabemos, tem afastado consideravelmente a idade da primeira gravidez
e, hoje, estamos colocados em torno aos 33.2 anos. O objetivo desse Centro, então,
será de estudar o momento da fertilidade da mulher para poder ajudá-la, sem a presença
de medicamentos e nem de diagnósticos invasivos, para administrar melhor a própria
vida sexual. Dessa forma, existe um outro problema: aquele ligado aos casais que não
conseguem ter filhos, mesmo desejando-os. E esse, infelizmente, é um problema importante,
muito porque o número de casais tendem a aumentar. Segundo um outro viés, tende também
a aumentar a abordagem invasiva. O objetivo desse Centro será justamente aquele de
identificar casais que, com uma abordagem não invasiva e com um apoio externo, terão
uma real e objetiva possibilidade de haver filhos."
Na inauguração, estava
presente o presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Operadores Sanitários,
o arcebispo Zygmunt Zimowski, que também falou a Rádio Vaticano.
Dom Zimowski
- "Os filhos são o dom mais precioso do matrimônio e contribuem enormemente
ao bem dos próprios pais. Então, de consequência, um amor conjugal verdadeiro e bem
compreendido tende a deixar os cônjuges disponíveis para cooperar corajosamente com
o amor do Criador e do Salvador. Inclusive durante o Sínodo sobre a Família se falou
da abertura à vida humana, muito importante hoje. Mesmo assim, sabemos que depois
de alguns anos de matrimônio, os casais enfrentam a dura prova da esterilidade conjugal.
Além da oração, a Igreja se faz presente a esses nossos irmãos e irmãs que sofrem,
encorajando fortemente a pesquisa científica, visando a superação natural da esterilidade."
Rádio
Vaticano - De que maneira se pode encorajar esses casais, quando se dão conta
de não poder ter filhos?
Dom Zimowski - "Esses centros são muito
importantes. Devemos rezar porque o desejo da maternidade também é muito importante.
Existem casos que, quando os casais percebem que não podem ter filhos, adotam uma
criança e isso dá a eles a possibilidade de ter seu próprio filho. Um dom, talvez,
de Deus, pelo gesto da adoção. Existem, então, famílias que não podem ter filhos e
às quais nós recomendamos a adoção, já que têm tantos órfãos que precisam do amor
dos pais."
A atenção da 'Casa di Cura Santa Famiglia' é grande em relação
à mulher grávida. Max Paganini, administrador-delegado da clínica, disse que a estrutura
foi renovada, "para oferecer o máximo de segurança e das tecnologias disponíveis hoje
nesse campo, com o pressuposto que o parto é um evento natural e, por isso, a mulher
que dá a luz a uma criança não é uma paciente; é simplesmente um evento alegre e feliz".
Paganini diz ainda que as futuras mamães vão poder contar com "a determinação, profissionalismo
e consciência do que fazemos. Tudo isso, tendo presente que a nossa é uma estrutura
absolutamente dedicada à mulher e totalmente católica, em todas as suas formas".
A
'Santa Famiglia' é a única estrutura em Roma com o reconhecimento do 'Baby Friendly",
emitido pelo Unicef e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). (AC)