São Paulo (RV) - Milhares de pessoas participaram da celebração de beatificação
de madre Assunta Marchetti na manhã deste sábado, 25, na Catedral Metropolitana Nossa
Senhora da Assunção, em São Paulo.
A missa foi presidida pelo arcebispo de
São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e contou com a presença do Prefeito da Congregação
para a Causa dos Santos, Cardeal Angelo Amato, enviado do Papa Francisco para presidir
o Rito de Beatificação da religiosas italiana, co-fundadora da Congregação das Irmãs
Missionárias de São Carlos Borromeu (Scalabrinianas), que viveu e morreu na Capital
paulista.
Também concelebraram a missa os bispos auxiliares da Arquidiocese,
bispos e arcebispos de várias partes do Brasil, além de Dom Italo Castellani, arcebispo
de Lucca, arquidiocese italiana onde se localiza a terra natal da Beata, Camaiore.
Participaram
peregrinos de várias cidades brasileiras e delegações da Itália, Estados Unidos, Filipinas
e diversos países da América Latina, onde atuam as missionárias Scalabrinianas. Na
Praça da Sé foram instalados telões para que a multidão acompanhasse os ritos.
A
celebração também foi transmitida ao vivo pela rádio, TV e internet, sendo acompanhada
em várias partes do mundo.
Beatificação
O Rito de Beatificação começou
com a leitura da biografia de Madre Assunta, lida pela postuladora de sua causa de
beatificação, Irmã Leocádia Mezzono. Em seguida, Dom Odilo fez a solicitação ao enviado
pontifício para que o nome da Serva de Deus fosse inscrita no número dos beatos.
Logo
depois, o Cardeal Amato fez a leitura, primeiramente em latim, da Carta Apostólica
do Papa Francisco que proclama Assunta Marchetti Bem-aventurada.
Na mesma carta,
posteriormente lida em português, o Santo Padre apresenta Madre Assunta como “testemunha
da caridade de Cristo para com os migrantes e órfãos, dos quais foi ‘mãe’ terna”.
Sob
os aplausos da multidão, foi descerrado o arazzo, quadro com a imagem da nova Beata,
pintado pela artista russa Natalia Tsarkova. O momento foi concluído com a procissão
da relíquia da Beata Assunta, trazida pelas superiora geral das Missionárias Scalabrinianas,
Irmã Irmã Neusa de Fátima Mariano, acompanhada de crianças com flores.
Testemunha
das bem-aventuranças
Na homilia, o Cardeal Scherer destacou que esse era um
momento muito especial na vida da Igreja, “que reconhece e proclama formalmente que
sua filha Assunta Marchetti foi uma cristã extraordinária que viveu de maneira exemplar
sua fé esperança e caridade”.
Ao se referir o trecho do Evangelho proclamado
na missa, sobre as bem-aventuranças, Dom Odilo frisou que “Madre Assunta não somente
viveu segundo as bem-aventuranças, mas ainda dedicou sua vida inteira para o bem do
próximo, testemunhando as bem-aventuranças”.
Na mensagem dirigida no final
da celebração, o Cardeal Amato salientou que, no Brasil, Madre Assunta encontrou sua
pátria espiritual e sua família composta de órfãos necessitados, pobres para acolher
e doentes para serem curados.
“A caridade da Madre não era ostentação, mas
serviço humilde sacrificado e paciente. É esta a herança que a Beata Assunta Marchetti
deixa não só às suas irmãs, mas a todos nós. O seu convite à caridade inclui a exortação
à humildade, à pobreza e também à alegria de fazer o bem com generosidade e simplicidade”,
completou.
História
Assunta Marchetti nasceu em Lombrici - Camaiore,
Itália, em 15 de agosto de 1871 e faleceu em São Paulo junto aos órfãos do Orfanato
Cristóvão Colombo (atualmente chamado Associação Educadora e Beneficente Casa Madre
Assunta Marchetti), no bairro de Vila Prudente, em 1º de julho de 1948.
A religiosa
chegou ao Brasil com suas companheiras em 27 de outubro de 1895 e teve uma vida de
fé, esperança e caridade radical. Amou intensamente o próximo e especialmente, as
suas irmãs de Congregação, dedicando-se de modo preferencial aos migrantes, aos órfãos,
aos doentes, aos sofredores e aos pobres que precisavam de ajuda. (Arquidiocese
SP-CM)