2014-10-24 18:14:45

Santuários devem ser referência para as paróquias


Cochabamba (RV) – Termina nesta sexta-feira (24), o Congresso dos Santuários das Américas que está acontecendo em Cochabamba, na Bolívia, numa promoção do departamento de missão e espiritualidade do Conselho Episcopal Latinoamericano (Celam). O evento trata de lugares privilegiados, onde a mensagem do Evangelho pode tocar de maneira profunda e eficaz o coração. Pequenos e grandes santuários disseminados em todo mundo estimulam a devoção de milhões de peregrinos e guardam uma força evangelizadora poderosa que os planos pastorais não podem ignorar ou subestimar.

Os trabalhos de conclusão foram abertos pelo subsecretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Padre Gabriel Ferdinando Bentoglio: “a Igreja é consciente de ser a enviada para evangelizar todo homem e todos os homens”, e, “nesse contexto, o santuário oferece uma plataforma sem precedentes pelo cuidado pastoral da Igreja, graças à sua capacidade de mobilizar os indivíduos e os grupos”.

Partindo da evidência da relação estreita que a Igreja tem com as dimensões de ‘comunhão’ e da ‘evangelização’, o relator lembrou ainda que “a comunhão dá credibilidade à mensagem”. Por isso, as atividades de programação e organização pastoral devem ser direcionadas para a realização de uma espiritualidade de comunhão.

Nesse sentido, serve uma ‘pastoral dos unidos’ que percebe todas as realidades presentes no tecido paroquial e analise seriamente a situação sócio-religiosa do território. E, num mundo onde a mobilidade crescente “está mudando o modo de compreender o sentido de pertença a uma comunidade de referência”, não se pode não perceber dos quantos que entram em contato com a realidade dos santuários: pessoas que chegam de vez em quando, que pedem assistência espiritual em ocasiões específicas, que às vezes procuram um tipo de anonimato, ou procuram experiências fortes de espiritualidade e de oração.

“No santuário”, disse o missionário, “encontram-se amplos setores da sociedade, um grande número de pessoas de todas as idades e condições sociais e religiosas”, muitas dessas “se distanciaram da vida de fé e vivem às margens da pertença eclesial. Não são, porém, indiferentes, mas à procura do sentido da vida e das coisas”. O encontro com essas pessoas é uma ocasião privilegiada de evangelização. E, para os peregrinos, os santuários podem ser uma possibilidade de encontro eficaz com uma comunidade e uma ocasião de ‘encontro’ mais alto e determinante para a vida.

Por isso, num plano pastoral de acordo com todas as outras realidades diocesanas, é necessário colocar mais atenção a diferentes particularidades: à ‘acolhida dos peregrinos’, às homilias que deveriam ter um ‘trato profundamente missionário’, à ‘dignidade’ e ao ‘decoro das celebrações litúrgicas’. O santuário, isto é, deveria se transformar num ‘modelo de referência’ para as paróquias e para as outras comunidades de culto.

Padre Bentoglio disse ainda que “o santuário pode ser a única ligação” de um peregrino “com a comunidade eclesial” e que, por esse motivo, a Igreja deve vestir “as vestes do Bom Samaritano do Evangelho que cuida da pessoa ferida e abandonada no decorrer do caminho”. (AC)








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