2014-10-24 18:05:48

Santa Sé diz "não" a pressões ideológicas no combate à pobreza


Nova Iorque (RV) - O combate à pobreza se baseia em políticas que envolvem os países em questão e não em soluções já prontas e impostas de fora, válidas para todas as situações e, talvez, não desprovidas de pressões ideológicas: foi o que afirmou o observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas, em Nova Iorque, Dom Bernardito Auza, na 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU.

Devemos colocar em discussão os modelos econômicos que aumentam a exclusão e a desigualdade – foi a advertência do prelado –, em particular, aqueles que causam um fosso social em crescimento exponencial entre os ricos – que se tornam cada vez mais ricos – e as massas marginalizadas sem trabalho, sem perspectivas e sem nenhum caminho de saída da pobreza.

Falando sobre o atual modelo de desenvolvimento, o representante vaticano ressaltou – com uma imagem – que a maré nem sempre alça todas as barcas; comumente alça somente os iates, mantém poucas barcas flutuantes, enquanto alquebra muitas e afunda o resto. Esse não é o futuro que queremos – afirmou com veemência.

Em seguida, o arcebispo denunciou a exclusão das mulheres da participação no desenvolvimento: as mulheres e as crianças – observou – constituem a maioria dos pobres e daqueles que sofrem violências no mundo.

O prelado recordou a necessidade de não equiparar a pobreza unicamente à pobreza econômica: é necessário colher a complexidade da realidade, resistindo à tentação de reduzir a eliminação da pobreza ao simples aumento da quantidade de dinheiro com a qual uma pessoa vive todos os dias.

O desenvolvimento compreende também aqueles elementos que, mesmo se por vezes intangíveis, contribuem realmente para uma maior prosperidade humana. No combate à pobreza devemos promover o autêntico desenvolvimento do homem por inteiro e de todos os povos: cada um deve dar a sua contribuição, cada um de nós pode ser beneficiado, esta é a solidariedade. (RL)







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