Decreto do Patriarca caldeu suspende sacerdotes e monges que abandonaram o Iraque
Bagdá (RV) - “Antes de ser ordenado, o sacerdote promete oferecer toda a sua
vida a Deus e à Igreja. É uma oferta baseada na obediência aos superiores sem nenhuma
reserva". Para os monges, "os votos são absolutos: castidade, obediência e pobreza".
Inicia com este forte chamado ligado aos compromissos com a vocação sacerdotal e religiosa,
o Decreto publicado nesta quarta-feira, 22, pelo Patriarca de Babilônia dos Caldeus,
Louis Raphael I Sako, para explicar as medidas disciplinares tomadas em relação a
alguns sacerdotes e religiosos caldeus, que nos últimos anos deixaram o Iraque sem
o consenso dos superiores, pedindo asilo em países ocidentais.
"Nós - lê-se
no Decreto - temos exemplos luminosos de sacerdotes dos nossos dias que nos dão eloquentes
lições de fé". O Patriarca cita os sacerdotes Hana Qasha e Ragheed Ganni e o Bispo
Paulus Faraj Rahho, mortos nos últimos anos, e recorda os sacerdotes sequestrados
que permaneceram no país e aqueles que, após terem sido expulsos das própRias casas,
seguiram os seus fiéis, partilhando com eles a condição de refugiado. Após, em conformidade
com o Direito Canônico e às Regras para a vida religiosa, o Decreto suspende da prática
do ministério sacerdotal seis monges e seis sacerdotes diocesanos que abandonaram
as próprias dioceses e comunidades religiosas no Iraque para emigrar e transferir-se
ao exterior sem o consenso dos superiores, assumindo responsabilidades pastorais nas
comunidades caldeias da diáspora".
A publicação do Decreto - adverte o
Patriarca Sako - foi precedida pelas devidas consultas ao Sínodo Permanente da Igreja
Caldeia e à Congregação para as Igrejas Orientais, e chega após "numerosos e infelizmente
estéreis ultimatos e tentativas", feitos no passado pelas precedentes autoridades
da Igreja e das comunidades religiosas, para frear este deplorável fenômeno, que provocou
escândalo entre os fiéis da Igreja caldeia. (JE)