Crescem os protestos no México pelo desaparecimento dos 43 estudantes
Cidade do México (RV) - O desaparecimento dos estudantes no México se transformou
em caso nacional, com dezenas de manifestações em diferentes partes do país. Na Cidade
do México, 45 mil pessoas levantaram os punhos, fechados, em sinal de protesto. Nesta
quinta-feira (23), outras 50 cidades se mobilizaram para apoiar os 43 estudantes desaparecidos
em 26 de setembro. Só em Iguala, de onde são os jovens, 5 mil pessoas participaram
do protesto. Todas manifestações exigem do presidente Enrique Pena, esclarecimentos
sobre o caso.
O Procurador geral, José Murillo Karam, ordenou a prisão do prefeito
de Iguala, Jose Luis Abarca, da sua mulher, Maria de los Angeles Pineda, e de um colaborador.
A mulher do prefeito é irmã de traficantes de droga. O casal teria ligação com o grupo
'Guerreros Unidos'. Na semana passada, as autoridades mexicanas prenderam inclusive
o chefe do grupo, Sidronio Casarrubias.
O Padre Alejandro Solalinde, defensor
dos direitos humanos e diretor da Casa do Migrante, declarou que os 43 estudantes
do Colégio dos Professores de Ayotzinapa foram queimados vivos. O religioso, como
faz referência a Agência Misna, disse que os jovens foram colocados sobre uma pilha
de lenha e, quando atearam fogo, os estudantes ainda estavam vivos.
"O governo
sabe disso desde o início. Somente que não quer admitir", declarou o padre Solalinde.
Ele acrescentou que, segunda-feira passada, acompanhado de um advogado, foi até a
magistratura para testemunhar, mas que não foi recebido. O padre disse que vai tentar
voltar nos próximos dias, mas confirmou que quatro testemunhas lhe disseram que os
estudantes foram queimados e sepultados em uma fossa comum. As mesmas testemunhas
teriam, inclusive, mapeado o lugar onde é possível encontrar os corpos queimados dos
jovens. (AC)