A Itália dá samba: novo espaço musical do programa brasileiro – 3ª edição
Cidade do Vaticano
(RV) – Caetano Veloso de incontáveis matrizes é um dos pilares da Música Popular
Brasileira e um dos principais embaixadores da nossa música. Em toda sua complexidade,
quando falamos de Caetano e MPB, antes de tudo devemos citar a incrível capacidade
que criador e criatura tiveram em reunir em sua órbita os mais variados estilos musicais
durante o Tropicalismo.
Ricardo Cravo Albin, em seu OLivro de ouro
da MPB, diz que a “estética do Tropicalismo ressalvata os contrastes da cultura
brasileira, com o arcaico convivendo com o moderno, o nacional com o estrageiro, a
cultura de elite com a cultura de massa”. E prossegue: “Foi assim que absorveu vários
gêneros musicais como samba, bolero, frevo, música de vanguarda erudita e o pop-rock
nacional e internacional, mas também as inovações da Jovem Guarda, como a incorporação
da guitarra elétrica”.
O samba nasceu na Bahia?
“Como você
sabe, o samba nasceu na Bahia”, disse Caetano em tom de brincadeira durante a gravação
do programa Ensaio da TV Cultura, em 1992. Mas isso na verdade pouco importa.
Seja o samba carioca, seja o samba baiano, ambos apresentam características que influenciaram
e ainda hoje influenciam os novos autores, além de inspirar boas memórias na velha
guarda.
De qualquer maneira, Caetano personifica essas duas vertentes. O baiano
de Santo Amaro afirmou ainda “ser um pouco carioca”. Quando jovem, Caetano viveu na
periferia do Rio por um ano e, mais tarde, mudou-se para a então capital junto com
Maria Bethânia. Ou seja, o samba de Caetano bebeu nas duas fontes.
Pé do
meu samba
O segundo verso do refrão de “Pé do meu samba” que Caetano escreveu
para Mart’nalia, em 2002, revela essas influências cariocas do samba: “Mão do meu
carinho, glória em meu outeiro / Tudo para o coração de um brasileiro”. Como vemos,
o ponto de referência carioca vai além e nacionaliza o sentimento de pertença ao samba.
Algo que ousamos dizer, aqui no A Itália dá samba, que chegou além das fronteiras
do Brasil, como você pode ouvir na interpretação brasileiríssima de nossa cavaquinhista
italiana Sabriesse. (RB)