2014-10-16 10:25:10

Santo Padre pede medidas rápidas para a eliminação de armas químicas e nucleares


O Papa Francisco pede a “rápida adoção de medidas que levem à eliminação das armas de destruição de massa”, a começar pelas armas nucleares e químicas. Foi o que afirmou o Observador Permanente da Santa Sé junto à ONU, D. Bernardito Auza (foto), pronunciando-se na sede da Organização, em Nova Iorque.
O prelado denuncia, em particular, a falta de progressos em relação ao desarmamento nuclear: “A incapacidade dos Estados que possuem armas nucleares em iniciar negociações para ulteriores reduções dos seus arsenais existentes é preocupante, mas a ‘modernização’ de alguns sistemas existentes e o aumento dos arsenais são ainda mais preocupantes”.
O Tratado de Não-proliferação de Armas Nucleares (TNP), “tão importante para a nossa segurança” – sublinhou –, não produziu até agora os resultados esperados: “A promessa central do Tratado de que os Estados que possuem armas nucleares se desarmem gradualmente em troca de que os Estados não-dotados de armas nucleares renunciem em procurar adquiri-las, permanece num impasse”.

“A Santa Sé – afirmou D. Auza – continua a acreditar que uma política de dissuasão nuclear permanente coloca em risco o processo de desarmamento nuclear e a não-proliferação”. É necessário, portanto, “ir além da dissuasão nuclear e trabalhar por uma paz duradoura fundada na confiança recíproca, antes que sobre um estado de pura não beligerância fundada numa lógica de recíproca destruição”.
A este propósito, a Santa Sé exorta todos os Estados a assinar e/ou ratificar o tratado de erradicação dos testes nucleares “sem novos adiamentos, pois é um elemento fundamental do desarmamento nuclear internacional e da não-proliferação”. Defende, além disto, que “a instituição de zonas livres de armas de destruição de massa seria um grande passo na justa direção, pois demonstraria que podemos realmente andar em direção a um acordo universal para eliminar todas as armas nucleares de destruição em massa”.
D. Auza, citando o Papa Francisco, convidou para que não se negligencie “o grande objetivo de um mundo menos dependente do uso da força”. “A Santa Sé congratula-se pelos progressos obtidos, mesmo que modestos, no setor das armas convencionais, como aqueles ligados com a implementação da Convenção de Ottawa e da Convenção Cluster sobre munições. Mas permanece profundamente preocupada de que o fluxo de armas convencionais continue a exacerbar os conflitos em todo o mundo”.
O prelado adverte ainda para que “não esqueçamos de que a avidez pelo dinheiro alimenta o comércio das armas e que o comércio das armas alimenta os conflitos que provocam incontáveis sofrimentos e violações dos direitos humanos. Enquanto esta grande quantidade de armas estiver em circulação, novos pretextos poderão ser sempre encontrados para o início das hostilidades, e o fácil acesso às armas facilitará a perpetração da violência contra populações inocentes”.
Que a imagem proverbial da gota de água que pacientemente escava a rocha mais dura – conclui D. Bernardito Auza – nos inspire a seguir em frente no meio da lentidão dos progressos e às paragens no processo. (RS/JE)








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