2014-10-15 17:09:38

Paulo VI realizou primeiro rito de canonização de santos africanos


Cidade do Vaticano (RV) - No próximo dia 18 de outubro - um dia antes da beatificação de Paulo VI -, recorda-se o 50° aniversário de canonização de 22 mártires ugandenses por parte do Papa Montini. Uma celebração importante para a Igreja e para a Igreja na África, pois é o primeiro rito de canonização de santos africanos.

Os santos ugandenses eram servidores do Rei Mwanga I (1884-1903), de Buganda (atual Uganda). Convertidos ao cristianismo por obra dos Padres Brancos (Missionários da África), foram condenados à morte por ódio à fé.

Foi o Papa Bento XV a dar início ao processo de beatificação, citando-os no documento In Africam quisnam, escrito em 6 de junho de 1920. Mas foi o Papa Paulo VI, que canonizou os 22 mártires, em 18 de outubro de 1964. Na homilia da Missa, o Pontífice afirmou que "a tragédia que os consumiu é de tal forma surpreendente e expressiva, que oferece elementos representativos suficientes para a formação moral de um povo novo, para a fundação de uma nova tradição espiritual, para simbolizar e para promover a passagem de uma civilização primitiva - não privada de ótimos valores humanos, mas contaminada e enferma e quase escrava de si mesma -, para uma civilização aberta às expressões superiores do espírito e às formas superiores da socialidade". Quando de sua viagem ao continente africano em 1969, Paulo VI dedicou aos mártires a memória do Santuário de Namugongo, ereto no local do martírio de Carlo Lwanga, o mais célebre do grupo.

Os Missionários da África, fundados pelo Arcebispo de Argel, Charles Lavigerie, são os personagens mais importantes no processo de difusão da mensagem cristã no continente africano, onde também lutaram contra a escravidão. De fato, Dom Charles Lavigerie, foi incumbido pelo Papa Leão XIII, em 1888, para guiar uma campanha que defendesse a liberdade e a dignidade de todos os seres humanos. A sua obra de evangelização no "continente negro" não limitou-se a convidar os cristãos europeus a tomar parte nesta mobilização, mas sim, convidar as pessoas de todas as comunidades para tomar parte neste esforço, o que contribuiu consideravelmente para obter dos governos europeus a eliminação da escravidão na África. (JE)









All the contents on this site are copyrighted ©.