Moçambique: abriram as urnas, vota-se também para o presidente
Em Moçambique
estão abertas nesta quarta-feira, 15 de outubro, as urnas para as eleições gerais:
quase 11 milhões de eleitores deverão escolher o presidente, os 250 deputados do Parlamento
e os membros dos 10 governos provinciais. Favorito o partido no poder Frelimo, mas
o sucesso da campanha eleitoral deu esperanças de crescimento também aos movimentos
da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e o Movimento Democrático
de Moçambique (MDM). É o dia da escolha, para Moçambique. A votação foi muito esperada
e a campanha eleitoral intensa: a Frelimo mobilizou todos os seus recursos em favor
do seu candidato a presidente, o atual Ministro da Defesa, Filipe Nyussi. Pouco conhecido
até poucos meses atrás, Nyussi faz da continuidade com o Chefe de Estado cessante,
Armando Guebuza, a pedra angular do seu programa. O partido no poder é forte, sobretudo
nas zonas rurais, que garantem uma parte consistente dos assentos, mas corre o risco
de perder o consenso nas cidades em favor do MDM, que candidata Daviz Simango, presidente
do Município da Beira, sua fortaleza e segunda maior cidade do País. Este movimento
da oposição é considerado em crescimento sobretudo entre os jovens, embora não existam
sondagens oficiais: já governa outros municípios importantes como Quelimane e Nampula
e aponta para uma vitória simbólica na própria capital, Maputo. Simango - que insiste
na renovação em relação aos partidos tradicionais – deve contudo ter também em conta
o regresso de Afonso Dhlakama: o líder da Renamo, que se candidata pela quinta vez,
mostrou ser ainda capaz de atrair grandes multidões, apesar do cepticismo de alguns
observadores. (BS)