Sínodo, o caminho misericordiodo rumo ao acolhimento
Cidade do Vaticano (RV) – “Os divorciados continuam sendo pais e não devem
descarregar o peso de sua dor nos filhos”: é o que pensa o arcebispo de Viena, Cardeal
Cristoph Schoenborn, segundo comentou segunda-feira, 13, após a leitura do Relatório
sobre os debates da primeira semana de trabalhos do Sínodo.
Recordando também
a sua experiência de filho de divorciados – o que foi causa de ‘grande sofrimento’,
como revelou – o cardeal explicou que “a família unida permanece um sonho, mas de
tipo instintivo e não intelectual”.
“Por isso – concluiu – acho muito positivo
que a Igreja tenha realmente captado, nestes trabalhos sinodais, o espírito de ‘hospital
de campo’ que cuida das feridas, assim como encorajado pelo Papa”.
Na mesma
linha de otimismo, o Cardeal Walter Kasper, Presidente emérito do Pontifício Conselho
para a Promoção da Unidade dos Cristãos, opinou que “o curso do Sínodo, depois dos
debates da primeira semana, é muito positivo”. O teólogo a quem o Papa confiou o relatório
sobre a Família no último consistório, em fevereiro, expressou a sua satisfação, e
declarou que “a Igreja é a luz que caminha num mundo em movimento”.
O cardeal
alemão defendeu o acolhimento na Igreja de pessoas que até hoje estavam às margens,
como divorciados e homossexuais.
Observa-se, no entanto, que “as reflexões
propostas são fruto do diálogo sinodal, realizado em grande liberdade e num estilo
de recíproca escuta, mas o objetivo é levantar questões e indicar perspectivas, que
serão amadurecidas com a reflexão das Igrejas locais no ano que nos separa da Assembleia
geral ordinária do Sínodo, marcada para outubro de 2015”.
Esta foi a explicação
conclusiva do relator, Cardeal Peter Erdo, arcebispo de Budapeste, que acrescentou
esperar que “o caminho colegial dos bispos e o envolvimento de todo o povo de Deus,
sob a ação do Espírito Santo, possam nos guiar para encontrarmos caminhos de verdade
e de misericórdia para todos”. “Este é o desejo apontado pelo Papa no início dos trabalhos,
quando nos convidou à coragem da fé e à acolhida humilde e honesta da verdade, na
caridade”. (CM)