A Semana do Papa – uma síntese das principais atividades de 6 a 12 de outubro
Dia 6 Segunda-feira,
dia 6 de outubro, primeiro dia do Sínodo sobre a família. O Papa Francisco falou aos
padres sinodais e considerou ser este encontro uma grande responsabilidade que nos
obriga a “falar claro” “com frontalidade evangélica” e o “coração aberto”. O Papa
Francisco começou por observar que os Padres sinodais são portadores da voz das Igrejas
particulares, congregadas em Conferências Episcopais, fazendo notar desde logo uma
distinção: “A Igreja universal e as Igrejas particulares são de instituição divina,
as Igrejas locais entendidas como tais são de instituição humana.” Trata-se de um
exercício de “sinodalidade”.
É uma grande responsabilidade: trazer as
realidades e as problemáticas das Igrejas, para as ajudar a caminhar naquela via que
é o Evangelho da família. Uma condição geral de base é esta: falar claro. Ninguém
diga: ‘Isto não se pode dizer, alguém pensará de mim isto ou aquilo…’ É preciso dizer
com parresia (frontalidade) tudo o que se sente.
O Papa observou que,
de pois do último Consistório, de fevereiro passado, em que se falou da família, um
Cardeal escreveu-me dizendo: é pena que alguns Cardeais não tenham tido a coragem
de dizer algumas coisas, com receio que o Papa pensasse algo de diferente…
Isto
não está certo, isto não é sinodalidade, porque há que dizer tudo aquilo que no Senhor
cada um se sentir no dever de dizer: sem respeito humano, sem acanhamento. E ao mesmo
tempo, há que escutar com humildade e acolher de coração aberto o que dizem os irmãos.
É
com estas duas atitudes que se exerce a sinodalidade. Por isso, peço-vos, por favor,
estas duas atitudes de irmãos no Senhor: falar com parresia – clareza e coragem evangélicas
– e escutar com humildade. Fazei-o com muita tranquilidade e paz, porque o Sínodo
decorre sempre cum Petro et sub Petro e a presença
do Pai é garantia para todos e custódia da fé. Caros irmãos, colaboremos todos para
que se afirme com clareza a dinâmica da sinodalidade.
Dia 7 Na missa
de terça-feira, dia 7 de outubro, na Capela da Casa de Santa Marta, o Papa Francisco
na sua homilia deixou clara uma mensagem concreta: rezar é fazer memória. Tomando
como inspiração a leitura do dia em que S. Paulo aos Gálatas faz memória da sua vida,
recordando as suas atitudes e não escondendo os seus pecados, o Santo Padre considerou
não ser este um hábito muito comum nas nossas vidas: fazer memória não esquecendo
a história.
“Este hábito de fazer memória da nossa vida não é muito comum
entre nós. Esquecemos as coisas, vivemos o momento e depois esquecemos a história.
E cada um de nós tem uma história: uma história de graça, uma história de pecado,
uma história de caminho, tantas coisas... E faz bem rezar com a nossa história.”
Dia
8 Quarta-feira, 8 de outubro - Grande multidão de fieis acolheu na Praça de S.
Pedro o Papa Francisco para a audiência geral. Tema da catequese: os cristãos não
católicos. O Santo Padre, desde logo, perguntou como nos colocamos perante este assunto?
“E
nós como nos pomos perante tudo isto? Somos também nós resignados, se não mesmo indiferentes?
Ou pelo contrário cremos firmemente que se possa e se deva caminhar na direção da
reconciliação e da plena comunhão?”
As divisões entre os cristãos
ferem a Igreja, que é o Corpo de Cristo – afirmou o Papa – recordando que, durante
a Última Ceia, Jesus clamou ao Pai, pedindo que os seus discípulos permanecessem unidos:
“Basta
pensar nas suas palavras no capítulo 17 do Evangelho de João, a oração dirigida ao
Pai na iminência da paixão: ‘Pai Santo, guarda-os no teu nome, aquilo que tu me deste,
para que sejam uma só coisa, como nós’. “
Para ultrapassar
as divisões é necessário em primeiro lugar – segundo o Papa Francisco – unir a nossa
oração à oração de Jesus pela unidade e depois, não nos fecharmos ao diálogo e ao
encontro, mas permanecermos abertos a todos quantos creem em Cristo, mesmo que pensem
de forma diferente – declarou o Santo Padre:
“E isto comporta, concretamente,
a adesão à verdade, juntamente com a capacidade de perdoar-se, de sentir-se parte
da mesma família, de considerar-se o dom de um para o outro e a fazer juntos tantas
coisas boas, tantas obras de caridade.”
Dia 9 Na oração
pedimos tantas coisas, mas o maior dom que Deus nos dá é o Espírito Santo – esta a
mensagem essencial da homilia do Papa Francisco na quinta-feira, dia 9 de outubro. A
oração faz-se com o amigo Jesus, faz-se com o Pai e com o Espírito Santo – concluiu
o Papa Francisco:
“ É Ele que nos acompanha e nos ensina a rezar. E a
nossa oração deve ser assim, trinitária. Tantas vezes: ‘Mas você acredita?: Sim. No
que crê?: em Deus; Mas o que é Deus para si? Não se escandalizem, mas Deus assim não
existe! Existe o Pai, o Filho e o Espírito Santo: são pessoas, não são uma ideia no
ar…. Este Deus spray não existe! Existem pessoas! Jesus é o companheiro de caminho
que nos dá aquilo que pedimos; o Pai que trata de nós e nos ama; e o Espírito Santo
que é o dom, é aquele a mais que dá o Pai, aquele que a nossa consciência não ousa
esperar.”
Dia 10 Para que o mal não entre em nós há uma prática
muito antiga mas tão boa : o exame de consciência – esta a principal mensagem do Papa
Francisco na homilia da Missa em Santa Marta na sexta-feira dia 10 de outubro. O
Evangelho do dia recorda-nos que o diabo volta sempre e vem ter connosco, não deixa
nunca de nos tentar. É, pois, preciso guardar o nosso coração que é o lugar onde habita
o Espírito Santo – afirmou o Papa Francisco:
“ Ter um coração recolhido,
um coração sobre o qual nós sabemos o que sucede e aqui e ali pode-se fazer a prática
antiga da Igreja, mas boa: o exame de consciência. Quem de nós, à noite, antes de
terminar o dia, fica sozinho ou sozinha e faz-se a pergunta: o que aconteceu hoje
no meu coração. O que aconteceu? Que coisas aconteceram através do meu coração? Se
não o fazemos, não sabemos, verdadeiramente, vigiar bem nem conservar bem.”
Dia
12 Neste domingo 12 de Outubro o Papa Francisco presidiu, na Basílica de S. Pedro,
a uma Missa solene de agradecimento pela canonização, de Francisco de Laval e de Maria
da Incarnação, Estes dois novos santos são considerados os fundadores da Igreja no
Québec, no Canadá. Dois missionários do Evangelho:
“Memória daqueles
que nos precederam, daqueles que fundaram a nossa Igreja, a Igreja fecunda do Quebec,
fecunda em tantos missionários que foram por todo o lado; o mundo foi enchido de missionários
canadianos como estes dois”.
Na oração do Angelus deste domingo
o Papa Francisco recordou os mártires da fé, afirmando que a bondade de Deus não tem
confins.
E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais
atividades do Santo Padre que foram notícia de 6 a 12 de outubro. Esta rubrica regressa
na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)