Quero levar a música cabo-verdiana para outras sonoridades - Mayra Andrade
Com quase 30 anos
de idade, Mayra Andrade dedica-se desde os 17 inteiramente à música e fá-lo por vocação,
cantando, antes de mais, para si mesma, pois para que a mensagem seja honesta - diz
- tem de ser sentida. E a sua mensagem é antes de mais despertar consciências para
as realidades do mundo de hoje, mas é também o amor, a mulher, o dia-a-dia, enfim,
mensagens reais, positivas, valorizantes.
Considerando-se sorteada na vida,
esta jovem cantora cabo-verdiana, nascida em Cuba, já deu a volta a muitos palcos
e já tem 4 discos no mercado.
Cantora e compositora, Mayra alimenta-se sobretudo
da música tradicional cabo-verdiana, procurando, todavia, levá-la para outras sonoridades,
fruto do que foi absorvendo das várias culturas e países da África e doutros continentes
que já teve a oportunidade de conhecer e frequentar.
Interpelada sobre o medo
das influências externas sobre a música cabo-verdiana de que muitos se queixam, Mayra
refere que isso tem vindo a diminuir; recomenda, contudo, cuidado com determinados
proteccionismos que, a seu ver, podem levar Cabo Verde a fechar-se em si.
Para
muitos críticos, Mayra é uma das jovens sucessoras de Cesária Évora, mas ela considera
o seu percurso muito pessoal. Cesária - diz - teve o mérito de pôr os holofotes do
mundo sobre Cabo Verde. Ela quer, pelo contrário, desbravar novos caminhos.
Oiça
aqui a entrevista que Mayra nos concedeu por ocasião duma sua estada em Roma em finais
de Setembro e que propomos agora no âmbito da rubrica "África.Vozes Femininas"