A Itália dá Samba: novo espaço musical do programa brasileiro - 2ª edição
Cidade do Vaticano
(RV) – Argumento, de Paulinho da Viola, é o tema do segundo programa de “A Itália
dá Samba”, interpretada na voz da cantora italiana Sabriesse, que estudou a arte de
tocar o cavaquinho na Escola Meninos da Lata em Maricá, no Rio de Janeiro.
No
primeiro programa ouvimos Sabriesse tocar e cantar “A flor e o espinho”, clássico
de Nelson Cavaquinho, enquanto percorríamos um pouco a história da origem do samba
na década de 1920 no Rio de Janeiro.
Neste sábado continuamos nosso itinerário
e chegamos a Paulinho da Viola. No Livro de Ouro da MPB, Ricardo Cravo Albin
revela que, nos anos 1960, Paulinho começou a cantar em público no famoso bar Zicartola,
na rua da Carioca, no centro do Rio, que tinha “na cozinha, Dona Zica, enquanto Cartola
fazia as vezes de mestre de cerimônias no salão”. Albin descreve o sucesso de Paulinho
da Viola dizendo que “sua música e seu doce canto expressos numa fina combinação de
singelo e poderoso lirismo contagiaram quase que imediatamente o público”.
Argumentando
No
mundo do samba até bem pouco tempo existia uma polêmica sobre a letra de Argumento:
muitos afirmavam que Paulinho teria escrito a Benito di Paula, conhecido na época
por adicionar elementos exteriores ao samba. Absolutamente não, confirmou recentemente
Paulinho da Viola ao blog Osamba.net.
Polêmicas a parte, a música que
conduz o programa de hoje não fez o sucesso do clássico “Foi um rio que passou em
minha vida”, contudo traz em si a “extraordinária fidelidade às raízes populares de
sua música”, como afirma Albin em um capítulo de seu livro dedicado especialmente
a Paulinho da Viola.
Esta característica de Paulinho deve-se ao fato dele
ter crescido em sintonia com seu pai, César Faria, que fez parte do conjunto de choro
“Época de Ouro”, em cujos encontros participava também nada mais nada menos do que
Pixinguinha. Tanto é que, em 1973, na gravação do Programa Ensaio da TV Cultura,
Paulinho da Viola faria o papel de entrevistador no lugar do produtor Fernando Faro
e explicaria as origens do Choro.
Paulinho teve incontestável importância
no ressurgimento do samba e do choro nas últimas décadas do século XX e fez parte
desse movimento que “representa uma lição para todos aqueles que participaram dos
intrincados caminhos dos sucessos e naufrágios da MPB”, conclui Albin. (RB)