Sínodo: percursos penitenciais para divorciados recasados; a atenção para com os filhos
destes casais
Nova fase
na assembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos que já teve mais de 250 intervenções.
Tratam-se dos encontros em “círculos menores”. Entretanto, o padre Federico Lombardi,
Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, informou os jornalistas sobre um dos temas
mais quentes deste Sínodo que é o tema dos divorciados recasados. O padre Lombardi
falou, especificamente, de um modelo apresentado por um padre sinodal de novos percursos
de acolhimento:
“Um dos Padres deu um pouco um modelo de como está tentando
exercitar com os casais interessados, com as pessoas interessadas neste caminho, colocando
perguntas de reflexão sobre as consequências sobre como aquilo que aconteceu possa
ter tido sobre os filhos, ou se foram reparados os erros ou as atitudes injustas havidos
com o outro cônjuge (…) Alguém mesmo falou de formas, de atos eclesiais com os quais
tentar depois de dar uma expressão concreta a este caminho penitencial. Por exemplo,
celebrações, digamos que, jubilares (…) celebradas comunitariamente.”
Intimamente
ligado a este argumento está o aspeto sacramental ligado à possibilidade de aproximação
à Eucaristia. Sobre este ponto o padre Lombardi recordou uma observação muito importante:
“É
aquela que aconteceu com aquilo que tinha feito S. Pio X no seu tempo admitindo as
crianças à Eucaristia: tinha sido considerado extremamente revolucionário, extremamente
inovador no seu tempo. Portanto, existem também exemplos de coragem da parte de um
Papa – mesmo sendo uma situação muito diferente daquela em que estamos – no refletir
ou no introduzir novidades no que diz respeito às condições de acesso à Eucaristia.”
A
assembleia assinalou também a necessidade de “proteger os filhos” dos pais que se
divorciaram procurando evitar ou ajudar em determinadas “repercussões psicológicas”
dessa mesma separação. Um dos padres sinodais, o cardeal Christoph Schönborn, arcebispo
de Viena, curiosamente, filho de divorciados, falou do “estigma” que ele e os seus
pais sentiram pelo facto de serem divorciados. A manhã de sexta-feira foi reservada
aos chamados ‘ouvintes’, que abordaram a “tutela dos direitos da família e a defesa
da vida”, bem como a urgência de “ouvir mais os leigos na busca de soluções para os
problemas das famílias”. A segunda parte da manhã, depois das intervenções dos
ouvintes, foi caraterizada pela primeira reunião dos chamados “círculos menores”:
10 grupos – três em língua inglesa e italiana, dois em francês e espanhol – que iniciarão
os seus trabalhos na próxima semana depois da ‘Relatio post disceptationem’ que é
o relatório que sintetiza os trabalhos da semana. (RS)