No Sínodo, bispos latino-americanos falam de machismo e violência
Cidade do Vaticano (RV) – Os bispos latino-americanos que se pronunciaram quarta-feira,
08, no Sínodo sobre a Família, em andamento no Vaticano, manifestaram preocupação
pelo machismo e a violência doméstica que afetam as famílias.
O porta-voz vaticano
de língua espanhola, Pe. Manuel Dorantes, explicou que em seus pronunciamentos na
Sala do Sínodo, os bispos da América Latina, África e Oriente Médio falaram da necessidade
que a Igreja católica defenda a importância da igualdade entre homens e mulheres.
“Isso ajudaria a solucionar alguns dos problemas das famílias atuais”, opinam.
Para
estes bispos, o machismo é um problema importante para a Igreja, pois equivale à perda
de valores, que acarreta a perda da fé. O machismo, explicaram, está diretamente relacionado
à violência doméstica.
No Sínodo, a questão da poligamia foi também abordada
como um dos problemas com que lidam os bispos católicos na África, mas que é difícil
de enfrentar, já que não se pode forçar os homens a abandonarem suas mulheres, “que
ficariam sozinhas na sociedade”.
Durante o debate, segundo informou Pe. Dorantes,
outro tema enfrentado foi a crise econômica, como causa da fragmentação das famílias.
Um padre sinodal defendeu que as grandes ameaças para a família hoje são “a emigração,
a pobreza e a violência”. Para este participante, a injustiça social e o abismo sempre
maior entre ricos e pobres são causas da desagregação familiar.
La falta de
oportunidades leva, por vezes, os membros de uma família a perder seus valores e cair
na delinqüência e no narcotráfico.
Os bispos latino-americanos também falaram
de como a pobreza força muitos a emigrar. Muitas vezes são jovens e crianças, que
acabam sendo alvo de abusos, por viajar sozinhos.
Entre os participantes das
sessões de quarta-feira, 08, estavam o bispo de Cumaná, na Venezuela, Diego Padrón
Sánchez; o bispo de Juigalpa (Nicarágua), Sócrates René Sándigo; o arcebispo de Quito,
Fausto Gabriel Trávez, e o arcebispo de Tegucigalpa, Oscar Rodríguez Maradiaga. (CM)