2014-10-08 18:32:31

Sínodo deve ser uma luz que acompanha o povo em caminho, passo por passo. O Briefing com Pe. Lombardi


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Cidade do Vaticano (RV) – No final da manhã desta quarta-feira, terceiro dia do Sínodo Extraordinário para a Família, foi realizado o segundo encontro com jornalistas na Sala de Imprensa da Santa Sé, sob a coordenação do seu Diretor, Padre Federico Lombardi, acompanhado por Dom Victor Fernandez - Reitor da Universidade Católica da Argentina e uma das primeiras nomeações episcopais de Francisco - e Dom Kaigama, Bispo de Jos, Nigéria.

Padre Lombardi relatou os trabalhos desta manhã, assinalando que a África tem estado presente nos temas de muitos pronunciamentos do Sínodo, que também conta com uma grande presença de prelados do continente.

Um dos temas tratados na manhã desta quarta-feira foi “a atitude a que somos chamados a assumir neste Sínodo ‘em caminho’, e que explicá-la, fez uso da simbologia da luz:

“Falou-se da luz que a Igreja leva ao mundo, a luz que é dada também à humanidade, em termos – para se ter uma imagem eficaz – não tanto de um farol fixo, que ilumina permanecendo sempre no mesmo lugar e de longe, mas de uma chama, de uma tocha, que acompanha o povo a caminho, passo por passo. Portanto, uma luz que está inserida no caminho do povo de Deus e da humanidade”.

Assim como na tarde de ontem, também hoje falou-se da aliança e da dimensão pessoal da fé que não deve ser esquecida, pois é essencial para que se possa resistir e enfrentar os problemas da nova situação:

“A crise das famílias na Igreja e também a crise das famílias cristãs na sociedade, está muito ligada à crise geral da fé neste tempo. Observou-se como se deve estar atento em recordar que a fé não é somente aderir a conteúdos, a ensinamentos, mas a fé é antes de tudo uma adesão pessoal a Cristo, uma escolha por Cristo, um encontro com Cristo, uma aliança com Ele”.

Muitos pronunciamentos encorajaram em se ter confiança na graça de Deus, que deve ser tomada como medida para o nosso agir e as nossas decisões:

“Neste sentido da confiança na graça, falou-se frequentemente da importância da oração e da espiritualidade na vida familiar e houve muitos pronunciamentos muito bonitos sobre o tema do perdão e da reconciliação na vida familiar; também as peregrinações aos santuários onde se reza a Maria, pois isto ajuda a encontrar a graça do perdão e da reconciliação, e um pronunciamento muito interessante, que salientou a importância da reconciliação na cultura tradicional africana; os vários modos em que a família é ajudada a favorecer a reconciliação e como isto deve ser integrado na nossa espiritualidade e na nossa visão cristã da família”.

O amor e a ternura de Jesus - presentes em vários pronunciamentos – ajudam a converter o coração e a encontrar a graças da harmonia e do perdão na família.

Um tema muito recorrente – disse Lombardi – é a relação entre a verdade e a misericórdia, entre fidelidade à doutrina e ao Magistério tradicional da Igreja e a misericórdia; a atenção aos problemas concretos, ao sofrimento concreto de tantas pessoas. Este tema – como manter juntos estes dois pólos essenciais - tem estado presente em muitos pronunciamentos.

Um dos Bispos fez referência à necessidade de se repropor a doutrina hoje, mas num contexto de cultura de liberdade, o que recordou por analogia o Concilio Vaticano II, que tratou do tema da liberdade religiosa, conciliando o tema da fidelidade à verdade e do compromisso da Igreja com a verdade e com a liberdade religiosa, o mesmo esforço que o Sínodo deve fazer agora também para temas da Pastoral Familiar.

Um dos pronunciamentos da manhã ressaltou o serviço que a Santa Sé presta no âmbito das organizações internacionais - em apoiar a família e uma correta visão sobre a família, em contraste com as ideologias que tendem a enfraquecê-la – e a missionariedade que é encorajada por experiências positivas de anúncio da família por parte dos jovens e movimentos:

“Recordou-se do Papa Francisco no Rio de Janeiro, que convidava os jovens a serem missionários da coragem da estabilidade em contraste com uma cultura do provisório. E portanto o Sínodo foi também convidado a fazer sentir o seu apoio, para aqueles que se empenham por uma missão positiva da família hoje”.

O Diálogo inter-religioso e sobretudo as situações em que os cristão se encontram junto a pessoas de outras religiões foi outro tema importante tratado. Em particular, falou-se das diferentes realidades muçulmanas, islâmicas. Neste sentido, o testemunho da manhã - dado por um casal, ela cristã e ele muçulmano, que vivem uma relação harmônica - contrastava com a maior parte das realidades dos casamentos mistos. Neste sentido “a situação da família, em um ambiente de maioria muçulmana, tem diversas variantes e apresenta problemas pastorais específicos”. (JE)








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