Hoje anunciados os candidatos finais ao Prémio Sakharov, do Parlamento Europeu
São hoje (quarta-feira, 8 de outubro) anunciados em Bruxelas os três candidatos finalistas
ao Prémio Sakharov. O vencedor será proclamado no próximo dia 16, numa escolha dos
líderes dos grupos políticos presentes no Parlamento Europeu (PE) e pelo presidente
desta instituição.
O movimento ativista ucraniano “Euromaidan” e o ginecologista
congolês Denis Mukwege integram a lista de nomeados para o Prémio Sakharov. O ginecologista
Denis Mukwege é especializado no tratamento de vítimas de violações na República Democrática
do Congo, cuidando todos os anos de milhares de raparigas e mulheres violadas, usadas
como arma de guerra por diferentes grupos armados. O médico, que foi alvo de uma tentativa
de homicídio em outubro de 2012, fundou um hospital para cuidar das mulheres vítimas
de violação e o seu nome foi já várias vezes avançado nas "nomeações" para o Nobel
da Paz. Também “Euromaidan” (o movimento de contestação lançado em Kiev em novembro
de 2013, que derrubou o então Presidente ucraniano Yanukovich) é candidato ao galardão
que premeia a liberdade de pensamento, por nomeação de 53 parlamentares europeus.
A ativista americana nascida na Somália Ayaan Hirsi Ali, defensora dos direitos
das mulheres nas sociedades islâmicas e conhecida pela sua oposição à mutilação genital
feminina, foi nomeada pelo grupo parlamentar EFDD (eurocéticos). Os Verdes nomearam
a ativista dos humanos do Azerbaijão Leyla Yunus.
Mahmoud Al Asali, professor
de Direito da Universidade de Mossul que defendeu os direitos da minoria cristã no
Iraque e que foi assassinado em julho e Louis Raphael Sako, nascido no Iraque e Patriarca
da Igreja Católica Caldeia foram nomeados pela defesa da liberdade religiosa no país
pelo grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus e outros 67 eurodeputados. No
mesmo âmbito, integram também a lista de nomeados as organizações para a proteção
das minorias cristãs CHREDO, Open Doors, Oeuvre d'Orient e Aid to the Church in Need,
nomeadas por 61 deputados europeus.
A cerimónia de entrega do galardão -
no valor de 50 mil euros - realiza-se no dia 26 de novembro, em Estrasburgo. O Prémio
Sakharov para a liberdade de pensamento foi atribuído em 2013 à jovem paquistanesa
Malala Yousafzai (foto), baleada por radicais por defender o direito das raparigas
à educação. Nelson Mandela e o dissidente soviético Anatoly Marchenko foram os
primeiros galardoados, em 1988. Em 1999, o prémio Sakharov foi entregue a Xanana Gusmão
(Timor-Leste) e, em 2001, ao bispo Zacarias Kamwenho (Angola).