A Semana do Papa – uma síntese das principais atividades de 29 de setembro a 5 de
outubro
Dia 29 Satanás
apresenta as coisas como boas, mas quer destruir a humanidade – esta a principal mensagem
do Papa Francisco em Santa Marta na segunda-feira, dia 29, dia em que a Igreja celebra
os Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.
"Tantos projetos, exceto para os
próprios pecados, mas tantos, tantos projetos de desumanização do homem, são obra
dele, simplesmente porque odeia o Homem. É astuto: di-lo a primeira página do Genesis;
é astuto. Apresenta as coisas como se fossem boas. Mas a sua intenção é a destruição.
E os anjos defendem-nos. Defendem o homem e defendem o Deus-Homem, o Homem Superior,
Jesus Cristo que é a perfeição da humanidade, o mais perfeito. Por isso, a Igreja
honra os Anjos, porque são aqueles que estarão na glória de Deus – estão na glória
de Deus - porque defendem o grande mistério oculto de Deus, ou seja, que o Verbo veio
em carne.”
Dia 30 Evitemos lamentações teatrais e rezemos
por quem sofre verdadeiramente – esta a mensagem principal do Papa Francisco na manhã
de terça-feira, dia 30 de setembro.
“Tantas vezes eu ouvi pessoas que
estão vivendo situações difíceis, dolorosas, que perderam muito ou se sentem sós e
abandonadas e vêm lamentar-se e fazem estas perguntas: Porquê? Porquê? Rebelam-se
contra Deus. E eu digo: 'Continua a rezar assim, porque também isto é uma oração ".
Era uma oração quando Jesus disse ao seu Pai: "Por que me abandonaste?!”.
Dia
1 O Papa Francisco na manhã desta quarta-feira, dia 1 de outubro, foi acolhido
por largas dezenas de milhares de peregrinos para a audiência geral na Praça de S.
Pedro. Tema da catequese os carismas na Igreja:
“... desde o
início, o Senhor cobriu a Igreja de dons do seu Espírito, tornando-a assim sempre
viva e fecunda. Entre estes dons, distinguem-se alguns que são particularmente preciosos
para a edificação e o caminho da comunidade cristã: trata-se dos carismas.”
“Como recorda S. Paulo na sua Primeira Carta aos Coríntios, no capítulo 12, todos
os carismas são importantes aos olhos de Deus e, ao mesmo tempo, nenhum é insubstituível.
Isto quer dizer que, na comunidade cristã, precisamos uns dos outros e cada dom recebido
só se realiza plenamente quando é partilhado com os irmãos para o bem de todos.”
No
final da sua catequese o Papa Francisco recordou Santa Teresinha do Menino Jesus,
memória litúrgica deste dia primeiro de outubro, e referiu-se à jovem de Lisieux como
alguém que amava tanto todos os carismas e que descobriu o carisma do amor:
“Esta
Santa que morreu com 24 anos e amava tanto a Igreja, queria ter todos os carismas
e foi em oração que percebeu que o seu carisma era o amor e disse esta bela frase:
no coração da igreja eu serei o amor...”
Dia 2 O anjo da
guarda existe, não é uma doutrina fantasiosa, mas um companheiro que Deus pôs ao nosso
lado para escutarmos os seus conselhos – esta a mensagem essencial do Papa Francisco
na Missa de quinta-feira, dia 2 de Outubro, memória litúrgica dos Santos Anjos da
Guarda.
"Todos nós, de acordo com a tradição da Igreja, temos um anjo
connosco, que nos protege, faz-nos ouvir as coisas. Quantas vezes já ouvimos: 'Mas,
isto ... eu deveria fazer assim, isto não está bem, tem cuidado … tantas vezes! É
a voz deste nosso companheiro de viagem. Estejamos seguros que ele nos levará até
ao fim da nossa vida com os seus conselhos e, por isso devemos escutar a sua voz e
não rebelando-nos… Porque a rebelião, o desejo de ser independente, é algo que todos
nós temos; é a soberba, aquela que teve o nosso pai Adão no Paraíso: a mesma. Não
sejas rebelde: segue os seus conselhos".
Ninguém caminha sozinho
– observou o Santo Padre que afirmou ainda que ninguém se pode aconselhar a si próprio,
devendo estar atento aos conselhos do anjo da guarda:
“Eu, hoje,
faria a pergunta: como é a relação com o meu anjo da guarda? Eu escuto-o? Digo-lhe
bom dia de manhã? Digo-lhe: 'Guarda-me durante o sono?'. Falo com ele? Peço-lhe conselhos?
Está ao meu lado. Esta pergunta pode respondê-la hoje, cada um de nós: como é a relação
com este anjo que o Senhor enviou para guardar-me e acompanhar no caminho, e que vê
sempre o rosto do Pai que está nos céus".
Aproveitando a presença em
Roma dos bispos para o Sínodo sobre a Família foram várias as reuniões de outros âmbitos
que decorreram em Roma na semana passada antes do início da grande assembleia sinodal.
São exemplo disso a reunião do Santo Padre com os núncios apostólicos do medio Oriente
e ainda as suas audiências às Assembleia Plenárias do CCEE (Conselho das Conferências
Episcopais da Europa) e da Congregação para o Clero. Aos bispos da Europa pediu-lhes
para valorizarem a pastoral da família e a educação das suas comunidades. Aos participantes
da Assembleia Plenária do dicastério dedicado ao Clero pediu-lhes que estejam atentos
às vocações para bem do povo de Deus.
Dia 3 A salvação está só em Jesus
e não nos tantos preceitos feitos pelos homens – esta a mensagem principal do Papa
Francisco na Missa de dia 3 de outubro, sexta-feira, na Capela da Casa de Santa Marta.
"É
precisamente a classe dirigente aquela que fechaas portas ao modo com o qual Deus quer salvar-nos. E, assim,
entendem-seosfortesdiálogos deJesuscom a classe
dirigentedo seutempo: zangam-se, metem-no
à prova, fazem-lhe armadilhas para ver se
elecai,porque é aresistênciaa serem salvos.Jesusdiz-lhes:
"Mas, eu não vos entendo! Vós sois como
aquelas crianças: já tocamos flautaenão dançaram; já cantamosuma
canção triste, e não choraram. Maso que quereis? '; ‘Queremosfazer
a salvação à nossa maneira.É sempreeste
fechamentoao modo de Deus".
Vai-nos
fazer bem neste dia – observou o Papa Francisco – pensar que este drama está no nosso
coração e se não estaremos a confundir liberdade com autonomia. O Santo Padre considerou
mesmo que nos devemos perguntar se queremos o risco da salvação de Jesus ou preferimos
os mandamentos bem arrumadinhos feitos pelos homens? E foi com uma pergunta muito
concreta que o Papa Francisco terminou a sua homilia: “Eu resisto à salvação de Jesus?”
Dia
4 O Papa Francisco participou na tarde de sábado dia 4 numa vigília de oração pelo
sínodo da família que foi inaugurado neste domingo, dia 5. A vigília que teve lugar
na Praça de S. Pedro foi promovida pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), com
o tema “Acende uma luz na família". Foram apresentados testemunhos de família: três
casais italianos em diferentes fases da vida: o noivado, a prole e a reconciliação
depois de seis anos de separação. No final desta vigília o Papa Francisco dirigiu-se
aos largos milhares de fieis que aguardavam as suas palavras:
“A comunhão
de vida assumida pelos esposos, a sua abertura ao dom da vida, a atenção recíproca,
o encontro e a memória das gerações, o acompanhamento educativo, a transmissão da
fé cristã aos filhos… com tudo isto a família continua a ser escola incomparável de
humanidade, contributo indispensável para uma sociedade justa e solidária.”
“
Porque se, verdadeiramente, queremos verificar o nosso passo no terreno dos desafios
contemporâneos, a condição decisiva é manter fixo o olhar em Jesus Cristo, parar na
contemplação e na adoração do seu rosto. Se assumirmos o seu modo de pensar, de viver
e de relacionar-se, não será difícil traduzir o trabalho sinodal em indicações e percursos
para a pastoral da pessoa e da família.”
“ A nossa escuta e o
nosso confronto sobre a família, amada com o olhar de Cristo, tornar-se-ão numa ocasião
providencial para renovar – sob o exemplo de S. Francisco – a Igreja e a sociedade.
Com a alegria do Evangelho reencontraremos o passo de uma Igreja reconciliada e misericordiosa,
pobre e amiga dos pobres; uma Igreja capaz de vencer com paciência e amor as aflições
e as dificuldades que lhe vêm quer seja de dentro quer seja de fora.”
Dia
5 Com a Missa concelebrada neste domingo de manhã, na basílica de São Pedro, pelo
Papa Francisco, com os Padres sinodais, foi inaugurada a III Assembleia geral extraordinária
do Sínodo dos Bispos, que decorrerá no Vaticano ao longo de duas semanas, tendo como
tema “Os desafios pastorais da família, no contexto da evangelização”. Na homilia,
comentando as Leituras deste domingo, Papa Francisco observou que a vinha do Senhor
é o “sonho” de Deus, o projeto que Ele cultiva com todo o seu amor, como um agricultar
cuida da videira, com todos os cuidados…
“O «sonho» de Deus é o seu povo:
Ele plantou-o e cultiva-o, com amor paciente e fiel, para se tornar um povo santo,
um povo que produza muitos e bons frutos de justiça.”
“Jesus
dirige-se aos sumo sacerdotes e aos anciãos do povo, isto é, aos «sábios», à classe
dirigente. Foi a eles, de modo particular, que Deus confiou o seu «sonho», isto é,
o seu povo, para que o cultivem, cuidem dele e o guardem dos animais selvagens. Esta
é a tarefa dos líderes do povo: cultivar a vinha com liberdade, criatividade e diligência.”
“As
assembleias sinodais não servem para discutir ideias bonitas e originais, nem para
ver quem é mais inteligente… Servem para cultivar e guardar melhor a vinha do Senhor,
para cooperar no seu sonho, no seu projeto de amor a respeito do seu povo. “
No
Angelus deste domingo o Papa Francisco pediu a oração de todos para o Sínodo dos Bispos
sobre os desafios pastorais da família no contexto da evangelização e considerou que
a família cresce bem se alimentada pela Palavra de Deus. Neste particular o Santo
Padre aproveitou para louvar a iniciativa dos Paulinos de distribuírem bíblias na
Praça de S. Pedro por ocasião do centenário da fundação desta congregação pelo Beato
Alberione, grande apóstolo da comunicação.
E com o Angelus deste domingo terminamos
esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 29 de setembro
a 5 de outubro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua
portuguesa. (RS)