Escuta e diálogo para renovar a Igreja, pede Francisco na vigília pelo Sínodo
Cidade do Vaticano
(RV) - O Papa Francisco participou na tarde de sábado, dia 4, da vigília de oração
pelo Sínodo da família. A vigília teve lugar na Praça de S. Pedro e foi promovida
pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), com o tema “Acende uma luz na família".
Foram apresentados testemunhos de três casais italianos em diferentes fases
da vida: o noivado, a prole e a reconciliação depois de seis anos de separação. No
final desta vigília, o Papa Francisco dirigiu-se aos cerca de 40 mil fiéis para ressaltar
que “a família continua a ser escola incomparável de humanidade”:
“A comunhão
de vida assumida pelos esposos, a sua abertura ao dom da vida, a atenção recíproca,
o encontro e a memória das gerações, o acompanhamento educativo, a transmissão da
fé cristã aos filhos… com tudo isto a família continua a ser escola incomparável de
humanidade, contributo indispensável para uma sociedade justa e solidária.”
A
família é uma escola que encontra no Evangelho a força e a ternura para enfrentar
os momentos de infelicidade e de violência, observou o Santo Padre: “ No Evangelho
está a salvação que preenche os desejos mais profundos do homem! Desta salvação –
obra da misericórdia de Deus e Sua graça – como Igreja somos sinal e instrumento,
sacramento vivo e eficaz.”
O Pontífice identificou três atitudes importantes
com as quais se poderá renovar a Igreja e a sociedade, para assumir com responsabilidade
pastoral as interrogações que esta mudança de época nos traz: a escuta e o
confronto sobre a família, com o olhar de Cristo.
Para Francisco,
para buscar aquilo que o Senhor pede à sua Igreja, é preciso ouvir o pulsar desse
tempo e sentir o ‘odor’ dos homens, até se impregnar de suas alegrias e esperanças,
de suas tristezas e angústias. “A este ponto saberemos propor com credibilidade a
boa notícia sobre a família.”
No final, o Pontífice fez votos de que o “vento
de Pentecostes” sopre nos trabalhos sinodais, na Igreja e sobre a humanidade. “E desate
os nós que impedem às pessoas de se encontrarem, cure as feridas que sangram, tanto,
e reascenda a esperança. Nos conceda aquela caridade criativa que permite amar como
Jesus amou. E o nosso anúncio reencontrará a vivacidade e o dinamismo dos primeiros
missionários do Evangelho.”