Segundo dia da reunião sobre o Oriente Médio no Vaticano
Cidade do Vaticano (RV) – Prossegue no Vaticano a reunião de alguns Representantes
Pontifícios e dos Superiores de alguns Dicastérios, convocados por desejo do Papa
Francisco, para analisarem juntos “A presença dos Cristãos no Oriente Médio”. O Diretor
da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, fez uma declaração a propósito
dos trabalhos desenvolvidos nesta sexta-feira.
O encontro teve início com a
explanação do Secretário para as Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti,
sobre a situação política no Oriente Médio e os princípios inspiradores das ações
da Santa Sé, destacando as repercussões a nível global do que acontece na região.
Foi
defendido que “a paz deve ser buscada por meio de uma solução “regional”, que não
negligencie os interesses de nenhuma das partes, através do diálogo, e não com escolhas
unilaterais impostas com a força”.
Em relação ao fenômeno do terrorismo, Dom
Mamberti reiterou a importância “em se combater o fundamentalismo que está na sua
base”, defendendo a importância do papel desempenhado pelos líderes religiosos, que
deveriam favorecer o diálogo inter-religioso, e em particular a colaboração de todos
para o bem da sociedade.
Foi destacado a seguir, a proteção e o respeito dos
cristãos e dos outros grupos minoritários como cidadãos a pleno título, e dos direitos
humanos, em particular o da liberdade religiosa, questões consideradas fundamentais
pela Santa Sé na relação com os países muçulmanos e no acompanhamento da situação
na região.
Após pronunciou-se o Núncio Apostólico em Israel, e Delegado Apostólico
para Jerusalém e a Palestina, que apresentou um relatório sobre a presença dos cristãos
na Terra Santa e o conflito Israelense-palestino, central para a estabilização do
Oriente Médio e a paz na região. A peregrinação do Santo Padre à Terra Santa e o sucessivo
encontro de oração no Vaticano trouxeram uma esperança para a resolução do conflito.
O recente conflito em Gaza, no entanto, mostra que a situação é grave e difícil e
que é necessário renovar os esforços diplomáticos para uma solução justa e duradoura,
que respeite os direitos de ambas as partes envolvidas no conflito. A não resolução
deste conflito implica graves conseqüências regionais e mundiais.
O Secretário
do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, após um momento de
diálogo entre os presentes, informou sobre as relações da Igreja Católica com as outras
Igrejas e as Confissões cristãs no Oriente Médio.
Na tarde desta sexta-feira,
estão previstos dois relatórios sobre o papel da Igreja diante do drama dos refugiados
e na promoção da justiça e da paz, apresentados pelo Secretário do Pontifício Conselho
da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes e pelo Prefeito do Pontifício Conselho
da Justiça e da Paz.
Após um prolongado diálogo, a sessão de hoje será concluída
com a oração das Vésperas e um jantar fraterno na Domus Sanctae Marthae.
Para
amanhã, sábado, dia conclusivo do encontro, está prevista a celebração da Santa Missa
na Capela Paulina do Palácio Apostólico, presidida pelo Cardeal Secretário de Estado,
Pietro Parolin, seguida por uma troca de idéias em vista das conclusões e indicações
operativas, frutos destes dias de estudo e reflexão. (JE)