JRS: resgate de refugiados é obrigação internacional e desafio humanitário
Roma (RV) – O Serviço Jesuíta para Refugiados (JRS) publicou um comunicado
por ocasião do primeiro aniversário da tragédia de Lampedusa, ocorrida em 3 de outubro
do ano passado, em que 369 migrantes morreram num naufrágio.
“As operações
de socorro e resgate são fundamentais, mas sozinhas permanecem insuficientes”, afirma
a organização. Mesmo com ações mais amplas organizadas pelas autoridades italianas,
o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados estima que mais de 2.500 pessoas
morreram na tentativa de atravessar o Mediterrâneo este ano.
O Serviço Jesuíta
para Refugiados reconhece os esforços do governo italiano, através do projeto “Mare
Nostrum”, mas recorda que se trata de “uma responsabilidade europeia, uma obrigação
internacional e um desafio humanitário”.
Para o Diretor Internacional do JRS,
Peter Balleis, a prioridade não deve ser somente salvar vidas no mar, mas oferecer
às pessoas que fogem de violações dos direitos humanos fundamentais canais alternativos
e seguros para chegar à Europa. “Não podemos nos limitar a esperar a próxima terrível
tragédia”, afirma o sacerdote jesuíta.
Já o Diretor do Centro Astalli, sede
italiana do JRS, Pe. Giovanni La Manna SJ, recorda a visita do Papa Francisco a essa
instituição romana, no ano passado, que provocou um interesse maior da sociedade por
esta problemática. “Sentimos os primeiros passos daquela mudança necessária da sociedade
que todos nós auspiciamos, mas aguardamos ainda que os líderes da Europa decidam empreender
iniciativas mais firmes”, declara o sacerdote.