Papa Francisco ao Patriarca Mar Dinkha IV: perseguições contra os cristãos são injustificáveis
No discurso que dirigiu esta manhã no Vaticano ao Patriarca Mar Dinkha, o Papa Francisco
começou por saudar e agradecer o gesto amável do Patriarca, tendo igualmente dirigido
uma saudação aos bispos, ao clero e aos fiéis da Igreja Assíria do oriente. O Papa
recordou que aquele encontro era marcado pela situação do sofrimento, guerras que
vivem as diversas regiões do Médio Oriente, em particular pelas violências que atingem
os cristãos e aos que pertencem a outras minorias religiosas, de maneira especial
no Iraque e na Síria. Quando pensamos no seu sofrimento – sublinhou o Papa - nos
vem espontaneamente ir para além das nossas distinções de rito ou confissões pois
neles é o corpo de Cristo que, ainda hoje, vem ferido, atingido, humilhado. E o Papa
enfatizou que não existem razões religiosas, politicas ou económicas que possam justificar
o que está a acontecer a centenas de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes,
e que se sente profundamente unido na oração de intercessão e na acção de caridade
dirigida a este membro do corpo de Cristo que está a sofrer. Em seguida o Papa
Francisco realçou o sentido de proximidade e comunhão espiritual entre as Igrejas
Católica e a Oriental da Síria, não obstante o passado amargo de incompreensões
vividas, e fez referência à Declaração Cristológica comum, subscrita pelo Patricarca
Dinkha e o seu predecessor, o Papa João Paulo II, que constitui uma pedra milenar
do caminho conjunto rumo a plena comunhão. Com esta, continuou o Papa, podemos reconhecer
que confessamos a única fé dos apóstolos, a fé na divindade e humanidade do Nosso
Senhor Jesus Cristo, unidos numa única pessoa, sem a confusão de mudanças, sem divisões
nem separações. Para usar as palavras deste histórico documento: “nós confessamos
unidos a mesma fé no Filho de Deus que se fez homem, para que nós, por meio da sua
graça, nos tornássemos filhos de Deus”. E o Papa concluiu invocando a abundância
das bênçãos divinas sobre os presentes, o Patriarca, o clero e todos os fieis a ele
confiados, pela intercessão da Toda Santa Mãe de Deus.