"Fidelidade doutrinal, mas também caridade pastoral" para enfrentar tema da família,
diz Superior dos orionitas
Cidade do Vaticano (RV) – “Ocorreu um ‘cisma’ silencioso de tantíssimas famílias,
de tantos homens e mulheres afastados dos sacramentos por serem divorciados recasados
ou por conviverem: são os novos irmãos separados de hoje”. Foi o que defendeu o Superior
Geral da Obra Dom Orione, Padre Flavio Peloso, em vista do Sínodo Extraordinário sobre
a Família que terá seu início em 5 de outubro, no Vaticano. O sacerdote observa que
“mesmo n’eles existe uma certa comunhão, mesmo que imperfeita. Neste contexto, a Igreja
deseja ir ao encontro dos novos irmãos separados”.
Para o sacerdote orionita,
“o fenômeno é tão vasto e a perda da pertença eclesial e da participação aos sacramentos
dos divorciados e recasados, arrasta, num efeito cascata, os filhos e todos que estão
envolvidos na sua situação irregular. Quem tem espírito eclesial e senso pastoral
deve advertir a extensão e a dramaticidade deste ‘cisma’. É necessário perguntar-se
e colocar-se em movimento para restabelecer a comunhão possível. É o que pretende
fazer o Papa Francisco, envolvendo toda a Igreja com o Sínodo dos Bispos”, assegura.
O
Superior Geral da Obra Dom Orione explica que “o Papa Francisco convocou o Sínodo
Extraordinário sobre a família apenas oito meses após o início de seu pontificado
e isto significa que ele considera urgente para o bem da Igreja, tomar decisões para
a promoção da família, fortemente ameaçada pela crise cultural e espiritual atual,
por ideologias aberrantes sustentadas poderosamente. Mas a expectativa está concentrada,
sobretudo, nas respostas pastorais àquela grande parte dos cristãos em situações matrimoniais
difíceis: separados e divorciados recasados, uniões de fato, famílias somente com
um genitor”.
“O tema – sublinha Padre Peloso – é tão delicado, como é delicada
a busca de comunhão com aqueles cristãos e Igrejas separadas, que gozam de uma certa
comunhão, se bem que imperfeita. É positivo que a Igreja enfrente esta problemática
com fidelidade doutrinal, mas também com caridade pastoral. A solução não virá, certamente,
mudando a doutrina sobre a unicidade do matrimônio, mesmo que alguns não-católicos
esperem isto, mas encontrando os caminhos pastorais para valorizar e sustentar aquela
vida de fé e aquela pertença eclesial que continua, em muitos casos, mesmo em quem
feriu a sua integridade de vida e de fé”. (adnkronos - JE)