2014-09-26 12:03:15

Paquistão: cristão acusado de blasfêmia assassinado na prisão


Islamabad (RV) – O Pastor Zafar Bhatti, há dois anos na prisão sob acusação de blasfêmia, foi morto por um policial nesta quinta-feira, 25, na prisão de Rawalpindi. O agente também feriu Muhammad Asghar, condenado a morte pela mesma acusação.

Bhatti foi preso e processado depois que um líder islâmico o acusou, em 2012, de enviar mensagens ofensivas à mãe do Profeta Maomé através do celular. Segundo a família e seus advogados, alguém fez ele cair numa armadilha usando seu telefone.

O Diretor Executivo da Comissão Nacional “Justiça e Paz” dos Bispos Paquistaneses, Cecil Shane Chaudhry, confirmou à Agência Fides que nas últimas semanas Bhati havia recebido ameaças de morte detentos e policiais. O Pastor deveria apresentar-se no Tribunal em 26 de setembro. Os advogados da ONG “Center for legal aid assistance and settlement” estavam confiantes na sua libertação.

Segundo o Centro para Pesquisa e Estudos sobre Segurança, com sede em Islamabad, nos últimos anos as acusações de blasfêmia aumentaram em modo exponencial. A lei vem sendo cada vez mais utilizada para regulamentar disputas privadas que nada tem a ver com religião. Os acusados, seguidamente correm o risco de serem linchados, enquanto advogados e juízes rejeitam trabalhar em tais casos. Em função disto, os períodos de detenção dos acusados se prolongam por anos. Segundo cifras oficiais, pelo menos 48 pessoas acusadas de blasfêmia foram vítimas de execuções extra-judiciais. Entre as vítimas recentes, o professor de Estudos Islâmicos de Karachi, Muhammad Shakil Auj e o advogado muçulmano de Multan, Rashid Rehman.

O Bispo de Faisalabad, Dom Joseph Ashad, afirmou que “se abusa da Lei da Blasfêmia e as vítimas são as mais frágeis: cristãos e muçulmanos. Hoje é urgente uma correção para evitar os abusos”, defendeu. (JE)








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