Lord Patten: media do Vaticano mais eficazes ao serviço do Evangelho

Terminou o primeiro encontro da Comissão sobre os media do Vaticano, presidida por Lord Chris Patten. O encontro teve lugar de 22 a 24 de setembro, na Casa Santa Marta. No fim dos trabalhos, Philippa Hitchen entrevistou o próprio Lord Patten:

Todos nós, como cristãos e católicos estamos conscientes da maravilhosa mensagem da Igreja - reconciliação, amor, esperança, generosidade de espírito - e da nossa responsabilidade para tentarmos comunicá-la tanto quanto possível. Naturalmente aqueles que estão na primeira linha nesta tarefa são os jornalistas profissionais e aqueles que os ajudam aqui no Vaticano. O que nos impressiona bastante a todos, como católicos, é que Sua Santidade é um comunicador extraordinário. Faz-nos perceber aquilo que devemos fazer nós, para melhorar.

Para além disto, há uma questão que é relevante para todos os media e que eu encontrei na minha experiência: os media devem sempre tentar manter-se em sintonia com a tecnologia que muda. Percebe-se a natureza desta mudança, por exemplo, com os jovens, que recebem informações de forma muito diferente da minha, que as recebo da maneira tradicional. Isso não significa que eles não são informados, significa que se informam de uma maneira diferente. Portanto, há mais este aspecto no nosso trabalho: considerar como os media do Vaticano tenham que acompanhar as mudanças da tecnologia.

Isso não significa que todas as velhas tecnologias são irrelevantes. Por exemplo, todos nós sabemos como ainda é importante a rádio em ondas curtas para comunicar com alguns dos grupos mais pobres do mundo, especialmente em África e na Ásia. Todos nós sabemos como as pessoas tendem a acreditar naquilo que ouvem, por exemplo, de algumas rádios locais, que vai muito para além do que estão preparadas a acreditar das autoridades públicas.

Portanto, nenhum de nós no grupo de especialistas com quem estou a trabalhar pensa que se pode simplesmente esquecer o que foi feito no passado. Mas devemos certificar que as diferentes instituições trabalhem em conjunto e que se tome em consideração, para maior eficácia, de todas as novas tecnologias. E nós devemos certificar-nos que a maravilhosa mensagem que a Igreja Católica tem para oferecer seja fornecida de modo que possa alcançar os jovens, os pobres e outros grupos, da maneira mais eficaz possível.

Fala-se na necessidade de reduzir os custos …

Isto significa ser mais eficaz e não há nada de errado na tentativa de a Igreja usar o dinheiro doado pelos fiéis da maneira mais eficiente possível. Somos guiados por uma preocupação moral, para comunicar melhor. Se, comunicando melhor, não gastamos muito dinheiro, numa área como noutra, se se usam melhor recursos, isto é magnífico. Queremos assegurar-nos de que os recursos do Vaticano, que não são ilimitados, são utilizados da forma mais eficaz possível, e que as pessoas tomam decisões racionais sobre como gastar o dinheiro. (BS)