2014-09-24 18:37:51

"Todos temos responsabilidade", afirma Card. Parolin na reunião de cúpula sobre mudanças climáticas


RealAudioMP3 Nova Iorque (RV) – Nós todos temos “a responsabilidade” de custodiar e valorizar a Criação para o bem da nossa e das futuras gerações. Foi o que afirmou o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, no encontro mundial sobre o clima que se realiza em Nova Iorque, no âmbito da 69ª Assembléia da ONU.

Dom Parolin recordou de já existe “um consenso científico consistente sobre o fato de que o aquecimento do sistema climático, a partir da segunda metade do século passado, é inequívoco”. Estudos científicos salientam “os grandes riscos e os custos socio-econômicos da inércia da ação humana diante de tal problema”. Mas trinta anos de aprofundadas pesquisas fizeram emergir uma “consciência sempre mais forte de que toda a comunidade internacional faz parte de uma única interdependente família humana”:

Não existe espaço para a globalização da indiferença, para a economia da exclusão, para a cultura do descarte, como frequentemente denunciado pelo Papa Francisco”.

O Purpurado traçou então um percurso a ser seguido “se realmente queremos ser eficientes” nas ações para enfrentar as mudanças climáticas:

É necessário implementar uma resposta coletiva baseada na cultura da solidariedade, do encontro e do diálogo, que deveria estar na base das normais interações dentro de cada família e que requer a plena, responsável e comprometida colaboração por parte de todos, segundo as próprias possibilidades e circunstâncias”.

“Os Estados membros das Nações Unidas – sublinhou o Cardeal Secretário de Estado – tem uma responsabilidade comum” de adotar medidas de adaptação, mitigação e de partilha de ‘tecnologias e know-how’”. Por outro lado – acrescentou – as bases tecnológicas e operativas necessárias “já estão disponíveis ou ao nosso alcance”, para “atenuar os efeitos das mudanças climáticas” e lutar contra a pobreza, objetivos estes “concatenados entre eles”:

As forças do mercado por si só, especialmente se privadas de uma adequada orientação técnica, não podem, porém, resolver as crises interdependentes concernentes ao aquecimento global, a pobreza e a exclusão. O maior desafio reside na esfera dos valores humanos e da dignidade humana”.

“Na base de cada resposta política complexa – disse ainda o Cardeal Parolin – devem estar claras as motivações éticas que a orientam”, consolidando “uma profunda e visionária reimpostação dos modelos de desenvolvimento e dos estilos de vida, para corrigir as numerosas disfunções e distorções: isto – recordou – “é pedido também pelas numerosas crises que a atual sociedade está vivendo no âmbito econômico, financeiro, social, cultural e ético”. Solicitada, portanto, “uma autêntica reviravolta cultural”.“ O Estado da Cidade do Vaticano, mesmo pequeno, está realizando esforços significativos para reduzir o seu consumo de combustíveis fósseis, realizando projetos de diversificação e de eficiência energética”, observou.

“E – assegurou o Purpurado – são muitas as instituições educativas católicas - assim como as Conferências Episcopais, as dioceses, as paróquias e as ONGs de inspiração católica - comprometidas” em tal campo, “na convicção de que a degradação da natureza está diretamente ligada à cultura que plasma a coexistência humana”: o respeito pela ecologia ambiental, por outro lado, está estritamente ligado ao “respeito pela ecologia humana na sociedade”:

“A Santa Sé atribui grande importância à necessidade de divulgar uma educação para a responsabilidade ambiental que busque também tutelar as condições morais para uma autêntica ecologia humana”.

O empenho, portanto, é aquele de “uma profunda renovação cultural e uma redescoberta dos valores fundamentais sobre os quais edificar um futuro melhor de toda família humana”. A Santa Sé – concluiu o Cardeal Parolin – “empenha-se em tal direção, para que, neste âmbito, a comunidade internacional seja guiada pelo imperativo ético do agir, inspirado por princípios de solidariedade e de promoção do bem comum, na consciência - como escreveu o Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii gaudium – ‘a dignidade de cada pessoa humana e o bem comum são questões que deveriam estruturar toda a política econômica’”.

Dos pronunciamentos no encontro emergiu um apelo à comunidade internacional para que assuma a responsabilidade em relação ao aquecimento global em andamento. Um convite aos 120 líderes mundiais (ausentes China e Índia) para agir no combate à emergência, partiu do Secretário Geral da ONU Ban Ki-moon: “peço a todos os governos para empenharem-se por uma acordo universal sobre o clima em paris, em 2015, e de fazer a sua parte em limitar o aumento da temperatura global em menos 2 graus”, afirmou.

“O nosso clima está mudando muito mais rapidamente do que os nossos esforços em enfrentá-lo. É a ameaça número um do século”, sublinhou por sua vez o Presidente estadunidense Barack Obama, recordando que nenhum país está imune às mudanças: “Estados Unidos e China – acrescentou – têm a responsabilidade de guiar o mundo na luta” ao aquecimento. (JE)








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