Papa exorta as pastorais: semear e dar testemunho da Palavra
Cidade do Vaticano
(RV) – O Santo Padre recebeu em audiência, na Sala Paulo VI, no Vaticano, na tarde
desta sexta-feira, os participantes no Encontro internacional intitulado “O projeto
pastoral da Evangelii gaudium” (a alegria do Evangelho), promovido pelo Pontifício
Conselho para a Nova Evangelização.
Em seu denso discurso, o Papa disse que
este documento “Evangelii gaudium”, que escreveu, tem um significado programático,
com conseqüências importantes, mas não poderia ser diferente, uma vez que se trata
da principal missão da Igreja, ou seja, evangelizar.
No entanto, acrescentou
o Pontífice, há momentos em que esta missão se torna mais urgente e a nossa responsabilidade
deve ser reavivada. E perguntou:
“Quantas pessoas, nas inúmeras periferias
existenciais do nosso tempo, estão cansadas e abatidas e precisam da Igreja e da nossa
intervenção? Como chegar até elas? Como transmitir-lhes a experiência da fé, do amor
de Deus e o encontro com Jesus? Eis a grande responsabilidade das nossas comunidades
e da nossa pastoral”.
Neste sentido, o Papa, disse Bergoglio, não tem a tarefa
de oferecer uma análise pormenorizada e completa da realidade contemporânea, mas convidar
toda a Igreja a colher os sinais dos tempos, que o Senhor nos oferece, sem cessar.
Tais sinais devem ser revistos à luz do Evangelho.
Quanta pobreza e solidão,
recordou o Santo Padre, vemos no mundo de hoje! Quantas pessoas, que vivem com grandes
sofrimentos, pedem à Igreja um sinal de solidariedade, de bondade, de proximidade
e de misericórdia divina!
Esta tarefa, disse o Papa, cabe a todos aqueles
que são responsáveis pela pastoral: bispos, párocos, diáconos, catequistas. Todos
têm que ler os sinais dos tempos e dar uma resposta sábia e generosa aos sedentos
e famintos de Deus. E advertiu:
“Diante de tantas exigências pastorais,
diante de tantas necessidades espirituais de homens e mulheres, corremos o risco de
espantar-nos e de retrair-nos por medo ou por autodefesa. Aqui pode advir a tentação
de certa autonomia e clericalismo, codificando a fé em regras e instruções, como faziam
os escribas, os fariseus e os doutores da lei, no tempo de Jesus. No entanto, o povo
fiel continua tendo fome e sede de Deus”.
Como o dono da messe saía à busca
de operários, assim, afirmou o Bispo de Roma, os responsáveis da pastoral devem sair,
em todas as horas do dia, para ir ao encontro dos mais fracos, dando-lhes conforto
e apoio, e fazendo-lhes sentir úteis na vinha do Senhor! A Igreja parece um hospital
ao ar livre: quantas pessoas feridas à espera de ajuda espiritual!
Por outro
lado, afirmou o Papa, a pastoral não consiste em lançar uma série de iniciativas,
sem conseguir colher a essência da ação evangelizadora: dar atenção às pessoas e levá-las
ao encontro com Deus. Uma pastoral que não tem esta característica se torna estéril.
Mas, o Papa acrescentou também:
“Uma pastoral sem oração e contemplação
jamais poderá atingir o coração das pessoas. Ela se deterá na superfície e não deixará
a semente da Palavra de Deus morrer, germinar, crescer e produzir muitos frutos. Não
dispomos de uma varinha mágica para fazer tudo, mas da confiança no Senhor, que nos
acompanha e jamais nos abandona”.
O Santo Padre concluiu seu discurso aos
participantes no Encontro Internacional sobre a “Evangelii gaudium”, a alegria
do Evangelho, exortando os presentes a terem “paciência e perseverança” na missão
que o Senhor nos confiou, mas também confiança e a oração, que sustentam as obras.
Devemos semear e dar testemunho do Evangelho! (MT)