Jales (RV) - Estes dias deveriam estar marcando o início da primavera. Pode
ser que desta vez ela demore um pouco mais. Quando as chuvas tardam a vir, o agricultor
intui que convém esperar um pouco mais para lançar as sementes.
Em todo o
caso, a prudência aconselha não ter pressa, ainda mais quando se trata de apostar
na futura colheita.
Mas nesta altura do calendário, podemos tolerar ainda
este mês de setembro, mas damos o ultimato para o mês de outubro. Lá teremos alguns
acertos de conta a fazer, impreterivelmente.
A festa de Aparecida, desta vez,
tem o privilégio de cair no domingo, dia 12. Assim, já temos agendado um dos quatro
preciosos domingos do outubro que vem se aproximando.
As eleições acontecem
no primeiro domingo. E como pode acontecer o segundo turno, a prudência aconselha
reservar também o último domingo de outubro.
De tal modo que, dos quatro, três
domingos já estão comprometidos. Sobra o domingo dia 19 para outras tarefas a serem
agendadas. Sendo que ele já foi marcado como Dia Mundial das Missões!
Mas independente
da agenda a ser estabelecida, temos outro acontecimento, com horizontes mais amplos,
a acontecer no próximo mês de outubro.
Talvez sua importância não seja facilmente
captada. Trata-se da reunião especial, convocada pelo Papa Francisco, para abordar
questões ligadas à situação das famílias.
De certa maneira, estes problemas
já foram abordados pela Igreja. Mas desta vez eles voltam à tona, para serem olhados,
não com a predisposição de flagrar irregularidades, mas para serem analisados com
a intenção de buscar a melhor maneira de suscitar solidariedade, num contexto impregnado
da missão que a Igreja vai descobrindo que deve ser a sua. Uma Igreja animada pela
misericórdia, e que sente a incumbência de anunciar esperança a todos, também para
os que vivem situações complexas de relacionamento familiar.
A importância
deste “Sínodo Especial” pode ser percebida melhor no contexto de uma espécie de plano
estratégico do pontificado do Papa Francisco. O Sínodo, em que ele poderá ouvir o
parecer dos presidentes das “Conferências Episcopais” de cada país, servirá de demonstração
prática de uma nova postura pastoral da Igreja.
Esta nova postura não se
esgota na vigilância das verdades sobre a família. Sem negar estas verdades, a Igreja
se pergunta o que ela pode fazer em beneficio dos que estão vivendo estes problemas.
Pois a missão primordial da Igreja continua sendo a de anunciar o evangelho a todos,
também para os que vivem situações que não respondem plenamente ao ideal de família
proposto pela doutrina cristã.
A reunião se abre no domingo dia 05 de outubro,
e vai se encerrar no domingo dia 19.
Com este Sínodo, o Papa Francisco terá
traçado as linhas mestras do seu pontificado, e poderá urgir os ajustes que se mostrarem
mais urgentes. Para ao menos desencadear um processo, que retome o impulso do Concílio
Vaticano Segundo, e o leve em frente.
Por isto, este próximo mês de outubro
nos traz referências mais amplas do que aquelas sinalizadas pelas eleições e pela
agenda pastoral.
De resto, é sempre salutar arejar um pouco mais o contexto
cotidiano em que vivemos, oxigenando nossa mente com horizontes mais amplos.