Comunhão entre si e diálogo e colaboração com todos - pede o Papa Francisco aos Bispos
da Costa do Marfim
O Papa Francisco
recebeu também, na manhã desta quinta-feira, os Bispos da Costa do Marfim, em visita
“ad limina” por estes dias.
No discurso a eles destinado, o Papa começou
por recordar a importância desta peregrinação aos túmulos dos Apóstolos, que é sempre
oportunidade para reforçar os laços de comunhão com o sucessor de Pedro e todo o colégio
episcopal. Uma unidade, sublinhou, indispensável para a missão da Igreja, do mesmo
modo que a comunhão fraterna que reúne à volta de Cristo os Bispos de uma mesma nação
é indispensável para o crescimento da Igreja e o progresso de toda a sociedade, muito
particularmente num país que sofreu de graves divisões e precisa do testemunho dos
bispos e do seu forte compromisso para reconstruir a fraternidade.
O Papa
convidou os bispos costa-marfinenses a assumirem toda a parte que lhes cabe na obra
de reconciliação nacional, recusando qualquer envolvimento pessoal nas disputas políticas
em detrimento do bem comum, sabendo contudo que é importante manter relações construtivas
com as autoridades do país, bem como com os diversos componentes da sociedade, de
modo a difundir um verdadeiro espírito evangélico de diálogo e colaboração. Neste
mesmo espírito o Santo Padre encorajou os Bispos a continuar o diálogo com os muçulmanos,
de modo a dissipar qualquer derivação violenta e qualquer interpretação religiosa
errónea do conflito conhecidas no passado.
O Papa recordou que os Bispos não
estão sozinhos na enorme tarefa de evangelização e conversão dos corações pois são
apoiados por um clero generoso e motivado, e que trabalha com coragem no campo do
Senhor, na maioria dos casos em condições difíceis..
O Papa Francisco
falou também da importância das comunidades cristãs em todas as suas componentes,
enfatizando que elas precisam de ser apoiadas e de ter um relacionamento pessoal e
regular com o seu Bispo. Recordados igualmente os Institutos religiosos que também
precisam das atenções do Bispo. Que se agradeça aos religiosos e religiosas pelo considerável
trabalho que eles fazem, juntamente com os leigos associados nas áreas da educação,
saúde e desenvolvimento, um trabalho que o Papa considerou insubstituível, visto que
existe uma correlação íntima entre evangelização e promoção humana. E o Papa convidou
os Bispos a fazer todos os esforços para facilitar o estabelecimento de relações construtivas
e resolver as incompreensões, de modo que os religiosos e religiosas possam trabalhar
em harmonia com os outros agentes da pastoral.
Por último, o Papa Francisco
convidou os bispos a uma maior proximidade para com todos os fiéis leigos, em particular
as famílias e os idosos, não raras vezes vítimas de abandono e de uma difusa cultura
do descarte.