Viagem do Papa à Albânia será centralizada na fé dos mártires e no diálogo inter-religioso,
destaca Pe. Lombardi
Cidade do Vaticano
(RV) - O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, concedeu
na manhã desta segunda-feira uma coletiva sobre a viagem apostólica internacional
do Papa Francisco à Albânia – sudeste da Europa –, a realizar-se no próximo domingo,
21 de setembro.
Trata-se da quarta viagem apostólica internacional do Papa
Francisco, após as que fez ao Brasil, Terra Santa e Coréia do Sul. O porta-voz ressaltou
que a viagem à Albânia terá como temas-chave a fé dos mártires e o diálogo inter-religioso.
Ademais, o sacerdote jesuíta afirmou que não existem ameaças específicas da parte
islâmica em relação ao Papa.
Uma viagem de um dia, breve, mas intensa, centralizada
na fé dos mártires assassinados pelo comunismo ateu, e o encorajamento ao diálogo
e à convivência entre as religiões: essa, em síntese, nas palavras do Pe. Lombardi,
é a nota caracterizadora da visita do Santo Padre à Albânia. Uma escolha que ressalta
a predileção do Pontífice argentino pelas periferias:
"Um primeiro motivo
é o de render homenagem ao martírio por causa da fé, vivido neste país, com uma perseguição
terrível por parte do comunismo ateu: foi considerado o primeiro Estado ateu do mundo,
escreveu o ateísmo na própria Constituição... E, como ele mesmo notou – parece-me
também quando fazíamos a viagem de retorno da Coreia –, interessa muito ao Papa encorajar
um clima de convivência inter-religiosa, positivo, sereno, harmônico, de modo que
a boa convivência entre as diferentes confissões e religiões na Albânia possa ser
uma mensagem também para outros países, para outras partes do mundo."
No
que tange ao programa da visita, que se concentrará na cidade de Tirana – capital
do país balcânico –, o Papa fará seis discursos, todos em italiano.
Os momentos
principais – após a cerimônia de boas-vindas no palácio presidencial – serão a missa
na grande praça de Tirana dedicada a Madre Teresa de Calcutá (filha ilustre da Albânia),
o encontro inter-religioso na Universidade Católica "Nossa Senhora do Bom Conselho",
e as Vésperas na nova Catedral de Tirana, onde haverá testemunhos de sobreviventes
da perseguição comunista.
Ademais, Francisco visitará o centro Betânia que
acolhe crianças portadoras de deficiência e abandonadas. Respondendo a uma pergunta
sobre ameaças por parte do autoproclamado Estado Islâmico (EI) e de outros grupos
jihadistas em relação ao Papa, Pe. Lombardi respondeu:
"Se a pergunta é:
'Existem ameaças e preocupações específicas, razão pela qual são tomadas medidas particulares?',
a resposta é 'Não!' Portanto, não existem ameaças, riscos específicos pelos quais
muda algo em relação ao Papa, ao modo como a viagem é organizada. Não. A viagem será
feita tranquilamente, o papamóvel habitualmente usado na Praça São Pedro será utilizado
em seus deslocamentos principais, em meio ao povo, como sabemos que o Papa deseja,
sem obstáculos em seu encontro com o povo."
O diretor da Sala de Imprensa
da Santa Sé acrescentou que Madre Teresa e Karol Wojtyla serão as duas grandes figuras
que, por assim dizer, acompanharão a viagem. Pe. Lombardi recordou a memorável viagem
de João Paulo II, em 25 de abril de 1993, quando o Papa Santo reconstituiu literalmente
a hierarquia católica albanesa, que havia supressa pelo regime comunista. Em tal ocasião,
o Papa Wojtyla consagrou quatro bispos:
"Vale a pena, de certo modo, retomar
esta viagem que foi imensamente emocionante, também para todos aqueles que participaram
dela: discursos muito veementes; aconselho a reler... todos eles podem ser relidos
– porque não foram muitos discursos. O discurso da parte da tarde na praça, em que
se tem a reflexão sobre a experiência do ateísmo que buscara negar Deus e destruir
o homem, e, no discurso, a perspectiva que se estava criando. Naturalmente, se recorda
a viagem de João Paulo II, no momento em que vivemos esta viagem à Albânia, nova viagem
do Papa Francisco", destacou Pe. Lombardi (RL)